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Politica Brasil
Quinta - 12 de Março de 2009 às 13:15
Por: Edilson Almeida

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O deputado estadual Roberto França pode estar batendo um recorde. Mais um. Chamado de “prefeito eterno de Cuiabá” pelos dois mandatos que exerceu a frente da Prefeitura, ele é, sem dúvida, um dos políticos de maior notabilidade dos últimos tempos do Estado, principalmente pela longevidade que constitui sua vida pública, como vereador, deputado estadual por quatro mandatos, deputado federal, prefeito e por ai vai. Foi até primeiro-cavalheiro, "cargo" exercido quando sua esposa, Iraci França, assumiu o Governo do Estado. O feito agora de França é de se constituir no político com maior tempo sem militância partidária. Desde 2007, quando deixou o PPS.

Apesar disso, nesta quinta-feira, quase no apagar das luzes de uma desenxavida sessão na Assembléia Legislativa, o parlamentar elevou a temperatura dos bastidores ao fazer uma avaliação sobre o quadro político-eleitoral para 2010 e cobrar, com contundência contumaz, postura por parte da bancada federal de Mato Grosso quanto a definição da tão propalada reforma política brasileira – há anos e anos e anos em tramitação no Congresso Nacional. França disse que tudo que está sendo discutido hoje pode ir água abaixo dependendo do humor com que Brasília recepcionará o assunto.

França alertou que as siglas partidárias de Mato Grosso estão em ebulição com os entendimentos partidários, visando a eleição do ano que vem. Há todo momento acontece uma reunião para tratar de eventuais aproximações. “Esqueceram que estamos sob a regra da verticalização, ou seja, tudo vai depender do que acontecer na eleição para presidente” – lembrou o parlamentar. E está certo. Por exemplo: José Serra, do PSDB, candidato a presidente da República, e um nome dos Democratas (DEM) como candidato a vice. O reflexo em Mato Grosso é direto: o DEM terá que deixar a base de sustentação do Governo, que é do PR e se alinhar ao prefeito Wilson Santos.

Feita a cobrança pelo posicionamento de definição das regras do jogo para 2010 – cuja reforma é vista pelo deputado Guilherme Maluf (PSDB), em aparte, como “talvez a mais importante de todas as reformas no momento” – França passou a discursar sobre o que mais gosta: elocubrações políticas. Apresentador de TV destacado com o seu bordão “bomba, bomba, bomba”, Roberto disse que existem muitos nomes em condições de disputar o Governo em 2010. Falou dos tradicionais, embora colocando algumas dúvidas. Exemplo: a candidatura de Wilson Santos. Roberto França não tem mais tanta certeza como outrora de que Wilson seja candidato mesmo ao Governo.

França explicou que para disputar o Governo – e seguir os passos do mentor falecido Dante de Oliveira – Wilson Santos terá que renunciar o cargo de prefeito, para a qual foi reeleito no ano passado. Com isso, deixaria para trás milhões e milhões da execução de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Dinheiro que pode triplicar se Cuiabá ganhar a indicação de ser uma das sede da Copa de 2014. Ou seja: Roberto não acredita, em sã consciência, que Wilson abandonaria a administração dessa “pequena” verba. Por isso, sinalizou que o PSDB – (ai sou eu quem duvido) – pode até vir novamente de Antero Paes de Barros, ex-senador da República, que já disputou sem sucesso o Governo do Estado por duas vezes. Nesse caso, na verticalização, sobra a candidatura para Jayme Campos, em oposição ao Palácio Paiaguás.

Outro nome, lançado por França, que não tem lá tanta densidade eleitoral para o “punch” necessário de uma disputa ao Governo, é o de Percival Muniz, do PPS, seu ex-partido. França considera Muniz habilidoso e um dos melhores oradores, que trata a política com simplicidade. Até onde se sabe, Muniz articula para “resgatar” a aliança “Mato Grosso Mais Forte”, que elegeu em 2002 o então empresário prá lá de bem-sucedido e suplente de senador Blairo Maggi ao Governo do Estado. Nos bastidores, do que se sabe, Muniz estaria trabalhando para alcançar uma candidatura a vice-governador, trazendo como lastro uma boa penetração eleitoral da região do Sul do Estado.

Ainda nas elocubrações francistas, considerou o nome de José Riva, do Partido Progressista, como viável. Roberto acredita que Riva está vivendo seu melhor momento político. Presidente da Assembléia Legislativa, o parlamentar, no entanto, vem rechaçando de todas as formas as insinuações nesse sentido. Na contra partida, garante que é candidato a uma das vagas ao Senado Federal. França, no entanto, considera que não seria surpresa se Riva aparecesse como candidato. “Uma coisa é certa: para onde ele pender, a eleição vai se definir” – previu.

França também mencionou o nome de Silval Barbosa, vice-governador, e que vem sendo incentivado por segmentos do PMDB. Na oposição interna, Barbosa enfrenta o atual prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, que, por seu turno, tenta atrair as benções do caudilho Carlos Bezerra, deputado federal e presidente do partido, a quem caberá a definição final – ao melhor estilo democrático “mão-de-pedra” de Bezerra. França lembrou que Silval pode ser governador e candidato a reeleição.





Fonte: 24 Horas News

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