Após desgaste, Brito retorna à AL no lugar de Pivetta

O ex-secretário-chefe da Casa Civil e de Justiça e Segurança Pública do governo Blairo Maggi, Carlos Brito (ex-PDT e agora no PR), deve reassumir nos próximos dias cadeira de deputado. O titular Otaviano Pivetta (PDT) aceitou se licenciar. Será a terceira vez em pouco mais de dois anos de mandato que o empresário-deputado se afasta da função pública. Apesar do acerto de bastidores para abrir espaço a Brito, Pivetta preferiu desconversar sobre o seu novo pedido de licença. Perguntado pelo RDNews, ele diz desconhecer esse fato, mas sinalizou que é possível o ex-deputado retornar à AL. "Essa possibilidade é concreta".

A "troca de cadeiras" faz parte do rodízio adotado pelo PDT no legislativo estadual. Primeiro-suplente da sigla com 30.899 votos, Brito aceitou abrir mão, em junho de 2008, da vaga na AL para prestigiar o segundo-suplente Wilson Kishi, hoje vice-prefeito e secretário de Obras de Cáceres. Kishi obteve 8.751 votos em 2006. Terceiro-suplente do PDT com 4.860 votos, Erival Capistrano também ocupou a cadeira de Otaviano Pivetta no Legislativo. Em 2008, ele foi eleito prefeito de Diamantino. Agora é a vez do desprestigiado e controverso Carlos Brito assumir a vaga.

Além de PDT e PR, Britto já passou pelo PSDB e PPS. Ele foi um dos principais articuladores políticos do governo Maggi, tanto que exerceu o cargo de secretário-chefe da Casa Civil e assumiu o desafio de conduzir a Justiça e Segurança Pública, uma das mais complexas e problemáticas da estrutura do Estado. Acabou enfrentando uma série de desgaste. Brito "comprou briga" com alguns líderes do grupo da turma da botina e ficou isolado. Havia inclusive a ameaça de instalação de uma Comissão Parlamentar de Investigação (CPI), na Assembléia para apurar supostas irregularidades na Sejusp. O pedido de investigação foi proposto pelo então deputado Walter Rabello (PP), que teve o mandato cassado por infidelidade partidária e foi derrotado na disputa a prefeito de Cuaibá.