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Politica Brasil
Quarta - 04 de Março de 2009 às 08:02

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Um dos últimos atos de Lutero Ponce (PMDB) como presidente da Câmara Municipal de Cuiabá foi contemplar, no bolso, 25 servidores tidos como seus amigos. Ele concedeu reajuste aos "mais chegados" de até 500%. Entre os beneficiados está nada menos que o ex-vereador e hoje prefeito cassado de Barão de Melgaço, Marcelo Ribeiro (PP), que aparece na folha como efetivo mas, no fundo, é considerado fantasma por não comparecer à Câmara para trabalhar. Com o novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) apresentado por Lutero e aprovado no apagar das luzes de 2008, o subsídio mensal pago a Marcelo subiu de R$ 2,8 mil para R$ 8 mil.

Esse novo PCCS, espécie de trem da alegria com vagão de privilégios, fez tão bem para Marcelo que ele próprio encaminhou um pedido à Mesa Diretora, sob Deucimar Silva (PP), comunicando que fez opção por continuar recebendo pagamento pela Câmara em detrimento do subsídio de prefeito de Barão de Melgaço. Como chefe do Executivo do município vizinho, o salário não chegaria aos R$ 8 mil. Além do mais, o marido da ex-vereadora e hoje deputada Chica Nunes (PSDB) parece que já previa que seria cassado pelo crime de compra de votos.

Em janeiro, a Mesa trouxe publicação da Portaria 071, para lembrar que Marcelo deveria optar ou pelo salário de servidor da Câmara ou pelo de prefeito. O curioso é que o documento, assinado por Lutero, não especifica a função que o ex-parlamentar exerce. Foi a senha para suspeita de que se tratava de um fantasma. Marcelo vai continuar embolsando quase R$ 100 mil por ano da Câmara da Capital, caso o privilégio do reajuste concedido a ele, dentro do PCCS, seja mantido.

Tanto Marcelo quanto sua esposa Chica Nunes enfrentam desgaste político por causa de denúncias de envolvimento num rombo de R$ 6 milhões na Câmara de Cuiabá no período em que a tucana foi presidente (2005/2006). Ambos foram denunciados por vários crimes.

Em Barão de Melgaço, a situação para o filho do ex-prefeito João Batista se complicou. Eleito com 2.098 votos, Marcelo foi cassado em dois processos e agora o comando do município fica sob Antonio Ribeiro Torres (PSB), segundo colocado nas urnas. A posse deve ocorrer até sexta (6). A Justiça Eleitoral só não autorizou esse procedimento porque Marcelo está "fugindo" da notificação. A oficial de Justiça o procura desde o último final de semana.





Fonte: RD News

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