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Meio Ambiente
Quinta - 19 de Fevereiro de 2009 às 12:55
Por: Carlos Rangel

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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu durante encontro internacional promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em Nairobi, no Quênia, uma pacote de medidas a serem implementadas pelos países desenvolvidos para ampliar metas e criar mecanismos com um fundo de financiamento de mitigação de emissões e adaptação das regiões que serão mais atingidas pelas mudanças climáticas. Esse fundo deverá ser superior a 100 bilhões de euros (quase R$ 300 bilhões).

Os países mais ricos da União Européia, como a Alemanha, admitem reduzir em 20% até 2020 as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa. Minc considera essa meta tímida e destaca que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) estabeleceu que os países ricos devem reduzir as emissões em 40%, em 2020, em relação às emissões de 1990.

De acordo com reportagem de Ronie Lima, da assessoria do ministério, Minc defende a adoção de uma espiral descendente de carbono, que seria a a responsabilização conjunta e diferenciada de países desenvolvidos e em desenvolvimento para enfrentar o problema das mudanças climáticas. A proposta está condicionada à provisão de recursos financeiros e à transferência de tecnologias limpas para as nações em desenvolvimento, para que se possa chegar a um acordo na Conferência do Clima de Copenhague, Dinamarca, em dezembro, quando deverão ser estabelecidos os novos parâmetros da segunda fase do Protocolo de Kyoto, após 2012.

A proposta, em discussão com o Itamaraty e o Ministério da Ciência e Tecnologia, foi feita por Minc na Consulta Ministerial sobre Mudança do Clima organizada pelo governo da Dinamarca, no Fórum Global de Ministros de Meio Ambiente, durante a 25ª sessão do Conselho de Administração do Pnuma.

"Há que restabelecer urgentemente a confiança. Hoje o mundo emite mais do que quando foi assinado o Protocolo de Kyoto. Bilhões de dólares estão sendo injetados na atual crise financeira em bancos e empresas e o clima planetário não pode ficar aquém", afirma o ministro.

A iniciativa brasileira tem por base proposta apresentada em Poznan, na Polônia, em dezembro, durante encontro sobre o clima da ONU, que teve aprovação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, entre outros.

Segundo o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, o Brasil se compromete a reduzir 70% do desmatamento da floresta amazônica até 2017. As queimadas e desmatamentos de florestas representam cerca de 75% das emissões de CO2 do País.

O ministro quer ainda que os países ricos se comprometam a aplicar cerca de 10% do valor total das transações anuais dos projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) e 10% do lucro da produção e comercialização do petróleo e do carvão no fundo clima, a ser utilizado em ações imediatas de mitigação do efeito estufa e de adaptação de regiões atingidas.

No Brasil, o Nordeste seria a região mais atingida pelas mudanças climáticas, podendo perder 30% de sua economia em decorrência de um aumento de 2 graus na temperatura planetária. O fundo deve incentivar países em desenvolvimento que ainda contam 2 bilhões de hectares de florestas a manter e ampliar a cobertura vegetal. Para isso, seria estipulado um valor por hectare de floresta, ainda a ser proposto. E o país que reduzisse sua cobertura florestal passaria a receber cada vez menos recursos.





Fonte: DiárioNet

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