Menos ácido, Jaime Campos diz que candidatura agora é precoce
O senador Jaime Campos, dos Democratas, disse nesta terça-feira, durante evento no Tribunal de Justiça, assumiu uma postura clássica do mundo político: disse que ainda é muito cedo para discutir nomes para a sucessão do governador Blairo Maggi. Mas não escondeu satisfação com o fato de ter seu nome lançado pelo deputado estadual Percival Muniz, do PPS, como capaz de reaglutinar as forças que integraram – e integram – a aliança “Mato Grosso Mais Forte”, que levou Maggi ao Governo. Foi, surpreendentemente, até menos ácido com na avaliação do governador.
“A candidatura tem que emergir da vontade popular” – disse o político, com efeito. “Não precisa ser eu, Jaime Campos”. Segundo ele, o momento agora é de conversar. Confirmou, por outras linhas que a precipitação dos membros do Partido da República, o PR, do governador Blairo Maggi, acabou por afastar as siglas aliadas ao lançar o nome de Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (DNIT) à sucessão, inclusive com movimentação de rua.
Jaime disse, contudo, que se sente credenciado a ser um dos nomes para disputar o Governo. Admitiu, por exemplo, que circula entre todos os partidos, inclusive o próprio PT, que, no cenário político nacional, é dura oposição ao presidente Lula. “Falar em candidatura agora é muito temerário. É muito precoce. É preciso ver o conjunto, o partido, a estrutura” – disciplinou, acrescentando: “Meu nome é bem lembrado, mas não pode ser uma sangria desatada. Não quero atropelar o processo”.
A própria questão da reforma política, a ser discutida este ano pelo Congresso Nacional, segundo o senador democrata, precisa ser avaliada. Ele explicou que há inúmeras alternativas em jogo. Inclusive, a formalização da aliança nacional entre os democratas e tucanos para apoiar o projeto de José Serra a presidente da República. Embora a verticalização não seja um problema insuperável. “Eles podem deixar em aberto aqui embaixo” – frisou.
Jaime acha que o momento agora é de conversar e correr atrás, mas com o pé no chão. Aliás, o senador usou vários “senões”. Deixou claro que tudo deve ocorrer de forma “lenta e tranqüila”, contrastando com o “correr atrás”. Explicou que o DEM está procurando se fortalecer e já programou de 20 a 25 encontros em 2009 com novos filiados. De onde, evidentemente, pode emergir sua candidatura.
Mais solto, o senador mato-grossense evitou as tradicionais duras críticas ao Governo. “Sou suspeito de falar. Pergunte para Zé do Pátio” – remeteu, sorrindo. Pátio é prefeito de Rondonópolis e integra a ala do PMDB que é oposição feroz ao governador.
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