Nome de Jayme ao Governo reaparece na boca de Percival e Riva
Quando parecia que a toalha estava no chão, o nome do senador Jayme Campos, dos Democratas, voltou a figurar como ponto de catalisação para instituir uma aliança política em 2010, na sucessão do governador Blairo Maggi. Nesta quarta-feira, o polêmico e contraditório deputado Percival Muniz mencionou o nome do político várzeagrandense como candidato ideal para um “Mato Grosso mais forte”, reavivando o projeto que ajudou a articular em torno do mais empresário que suplente de senador Blairo Maggi. Surpreendentemente, outro deputado de peso classificou a hipótese como viável: José Riva, do Partido Progressista, presidente da Assembléia Legislativa, disse que sempre teve simpatia pelo nome do senador Jayme.
O que isso vai dar, ninguém sabe, mas pode ser gasolina em fogueira baixa. Até as eleições municipais, o nome do senador democrata era tido como o mais forte e viável para a sucessão de Maggi. Porém, a derrota em sua base eleitoral, Várzea Grande, justamente para a articulação do Partido da República, o enfraqueceu. Jayme seguiu para um caminho de oposição ao Governo, seguido por Riva e onde já estava Percival. Uma oposição diferente, mas voltada para a insatisfação e queixas que questionamentos. Em que pese terem sentado para conversar com o prefeito Wilson Santos, do PSDB.
Mas, a pressa republicana jogou a favor de Jayme. Afobados, o PR “patrolou” Sérgio Ricardo e sua tênue candidatura ao Governo em 2010. O partido “foi” de Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (DNIT). Se deu mal! Sem discutir com os aliados, Pagot não durou dois meses e recuou. O PR ficou sem candidato. Agora, tenta achar uma saída de honra na base aliada. Fala-se no nome do vice Silval Barbosa, do PMDB, cujo projeto, no entanto, pode também não avançar na hipótese de Maggi ser candidato ao Senado Federal. Sobrou para o Campos mais novo.
Percival admitiu abertamente que está articulando no intuito de fazer renascer o projeto que reuniu grandes lideranças políticas do Estado, em 2002, que tinha como o cabeça de chapa, o hoje governador Maggi. Entretanto, para Percival, a “bola da vez” é o senador Jayme Campos (DEM). “O Jayme é o nome ideal para liderar esse projeto. Ele está preparado, tem experiência e grande densidade eleitoral”, afirmou. O deputado estadual alega que o perfil político “conciliador” do democrata é o que a população espera.
Percival garantiu que já conversou com várias lideranças políticas para retomar o projeto político Mato Grosso mais forte, inclusive com o governador do estado. “Conversei com o Maggi e percebi ele bastante aberto as conversações, após a desistência de Pagot. O governador me disse que vai esperar o desenrolar dos acontecimentos”, revelou. O socialista lembrou que em 2002, junto com o então prefeito de Cuiabá, Roberto França, o de Várzea Grande, que era Jayme, e Otaviano, que administrava Lucas do Rio Verde, foi formado um grande arco de alianças.
Muniz disse que vai propor aos antigos aliados o retorno desse grupo, para formar uma nova chapa visando 2010. “Queremos formar uma chapa para dar continuidade a esse trabalho que foi feito com Maggi, porém com algumas alterações, revendo os resultados alcançados e os anseios que não foram atingidos”, frisou. O deputado estadual ressalta que a Baixada Cuiabana já elegeu políticos de fora e que agora é a hora de colocar um cuiabano no governo. “Como o senador é da baixada cuiabana, tem uma recepção muito boa para encabeçar esse projeto e o interior não vai se opor, pelo contrário. É o momento de unir as forças do Sul com a Baixada”, delineou.
Segundo o socialista, o momento é de conversar com todos ao grupos políticos, pois além das vagas de governador e vice, ainda existem as duas vagas que vão se abrir para o senado. “Existem também as duas vagas para o senado. Uma delas pode ser de Maggi e a outra podemos discutir com o PMDB, com o PP”, completou. Percival afirmou que ficaria muito feliz se o cargo de vice governador ficasse com o PPS, mas diz que o objetivo é construir uma chapa forte. “Vamos em busca de uma chapa forte e democrática, justa”, concluiu.
O presidente da Assembléia Legislativa, por sua vez, defende que é cedo para antecipar alianças rumo às eleições de 2010. Riva, no entanto, fez questão de destacar a forma com que Jayme Campos “trata” a classe política. Aliás, exatamente esse ponto, o tratamento político dispensado pelo Governo de Maggi, têm sido alvo de duras críticas do parlamentar progressista. A ponto de articular com segmentos dos republicanos a saída do presidente do partido, Moisés Sachetti, mantido no cargo a duras penas pela força do governador. “É uma liderança no Estado e fez bons mandatos” – disse Riva, sobre Jayme Campos. Ele garante o Partido Progressista não vai se furtar de sentar com os Democratas e discutir o projeto para as próximas eleições.
O presidente também defende que o momento é de buscar o fortalecimento do partido. “O PP tem que, antes de mais nada, visar o seu fortalecimento”. Riva diz que não adianta a cúpula sair para fechar alianças sem antes marcar o próprio território. Ele reconhece que o partido está preparado para fazer uma aliança forte. E, agora, acredita que o arco de aliança composto pelos partidos que dão sustentação a Maggi vai ter que se reunir e discutir a sucessão.
Comentários