Acuado, Ralf pede afastamento; Totó assume

Após ser flagrado com um travesti menor de idade de 17 anos na última sexta (6) e se vê numa situação constrangedora e desmoralizante perante a opinião pública, o vereador recém-empossado em Cuiabá Ralf Leite (PRTB) decidiu se afastar do cargo por 121 dias. O comunicado à imprensa será feito pelo presidente da Câmara, vereador Deucimar Silva (PP), nesta segunda à tarde, em entrevista coletiva. Com a licença de Ralf, eleito com 3.115 votos, assume cadeira de vereador o primeiro suplente do PRTB Antonio César da Silva, o Totó César, que teve 3.045 votos.

Ralf seguiu orientação do pai, o coronel da reserva Edson Leite, presidente do PRTB da Capital. A luta do parlamentar agora é "segurar" os protestos e pressão sobre os parlamentares, que estão determinados a cassá-lo por quebra de decoro parlamentar. A Comissão de Ética da Câmara, sob o estreante Éverton Pop (PP), deu início aos trabalhos de investigação, com visita programada já para esta segundo ao delegado Ely Ambrósio, que interrogou Ralf na sexta, quando esteve foi flagrado em atos libidinosos com um travesti e ainda teria desacatado os policiais.

Ralf se livrou da cadeia depois de sete horas recolhido numa sala do Cisc do Parque do Lago, em Várzea Grande. Ele tenta reverter a situação nas esferas policial e jurídica. Já socialmente está "morto".

Afastamento

Dos 19 vereadores, 13 concordaram com a idéia de afastamento de Ralf do cargo. Em reunião nesta segunda na Câmara não estiveram presentes os quatro parlamentares do PSDB, sendo eles Lueci Ramos, Roosevelt Coelho, que substitui Edivá Alves, Paulo Borges e Antonio Fernandes, além do próprio Ralf. Dos presentes, curiosamente, apenas o petista Lúdio Cabral preferiu não assinar um documento em defesa do afastamento de Ralf do cargo de primeiro-vice-presidente da Mesa Diretora.

(16h35) - Ralf chega à Câmara pela porta dos fundos

O vereador Ralf Leite chegou à Câmara de Cuiabá cabisbaixo. Ele preferiu entrar pela porta dos fundos para evitar ser abordado pela imprensa, que ainda aguarda o pronunciamento do presidente Deucimar Silva acerca do posicionamento da Casa diante do escândalo em que o parlamentar se envolveu. Eles permanecem à portas fechadas para tratar do afastamento de Ralf. Para evitar um desgaste ainda maior de sua imagem, o peerretebista "implora" pela licença de 121 dias.