"Efeito Copa" reaproxima governador e prefeito

A rivalidade entre Mato Grosso e o vizinho Mato Grosso do Sul na disputa por uma das 12 vagas de subsedes da Copa do Mundo de 2014 tem motivado aproximação do governador Blairo Maggi (PR) do prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB). Por causa das divergências políticas ou por incompetência e desorganização, a Prefeitura de Cuiabá nem aparece como espécie de patrocinadora de material publicitário acerca da campanha pela Copa. Apenas o governo do Estado e algumas empresas impõem a marca nas propagandas que surgiram até agora.

Já em MS, o governador André Puccinelli e o prefeito Nelson Trad não enfrentam problemas políticos. Ambos são do mesmo PMDB. As brigas na esfera político-partidária entre Maggi e Santos são exploradas por Puccinelli como um dos pontos negativos para MT na corrida pela Copa.

Maggi e Santos se dizem amigos desde a década de 1980, mas nas últimas quatro eleições ambos vêm se distanciando cada vez mais. Em época de campanha eleitoral, ficam em campos opostos. Em 2002, Santos, que venceu para deputado federal, apoiou Antero de Barros (PSDB), derrotado a governador por Maggi. Dois anos depois, o tucano conquistou a Prefeitura de Cuiabá, sem apoio de Maggi.

Em 2006, Santos perde novamente com Antero para governador, enquanto Maggi impõe mais uma vitória sobre o tucanato. No ano passado, o prefeito reconquista o mandato no segundo turno contra Mauro Mendes (PR), candidato do governador. Durante o processo eleitoral, Wilson Santos "detonou" o governo Maggi. Agora, três meses depois, os dois tentam apagar as rusgas do passado recente para construir a unidade política em nome da Copa em Cuiabá.

A reaproximação é um disfarce. As brigas vão continuar dentro ou fora de campo. Santos é pré-candidato no próximo ano. Maggi busca um outro nome para apoiar. Assim, novos confrontos virão. Quanto à Copa na capital mato-grossense tudo agora é uma incógnita porque MS se antecipou e mergulhou "pesado" na campanha pela vaga, inclusive de forma agressiva contra MT.