Eleição de 2 vagas ao Senado preocupa Maggi
Desde a década de 1980, as eleições para o Senado com abertura de duas vagas concomitantes têm levado "para o buraco" muitos líderes políticos tidos como imbatíveis, inclusive três ex-governadores: Garcia Neto, Carlos Bezerra e Dante de Oliveira. Quem vai tentar quebrar essa barreira no próximo ano será o governador Blairo Maggi (PR). Ele se prepara para concorrer ao Senado, mas se mostra cauteloso porque sabe que nem sempre aprovação popular da administração resulta em resultado nas urnas. Analistas consideram "operação de risco" a disputa ao mesmo tempo por duas cadeiras de senador. O eleitor vota em dois. A complexidade se constata mais na hora do segundo voto.
Maggi voltou a dizer para o seu vice Silval Barbosa (PMDB) que em dezembro deste ano deve renunciar ao mandato. Assim, ele consegue um intervalo de quatro meses para se descansar e se dedicar aos negócios empresariais para, a partir de abril começa a campanha à senatória. Serão abertas as cadeiras ocupadas hoje pela petista Serys Marly e pelo democrata Gilberto Goellner. O mandato de Jayme Campos (DEM) vence em 2012.
Nas eleições de 1986, o então senador "biônico" Gastão Muller (já falecido), nomeado pelo presidente Geisel, era candidato à reeleição. Bem articulado e com ligação estreita com o Palácio do Planalto, Gastão comemorava vitória antecipada. Nas reuniões, ele dizia que o terno para a nova posse já estava pronto e que os aliados peemedebistas deveriam se preocupar com a eleição de Carlos Bezerra, candidato a governador à época. Enquanto isso, Louremberg Nunes Rocha, da velha UDN, corria por fora. Por fim, a primeira vaga ficou com Márcio Lacerda e, a segunda, com Nunes Rocha. Gastão "dançou".
A eleição seguinte com duas cadeiras para senador veio ocorrer em 1994. De novo, deu zebra. Houve uma campanha forte, carregada de marketing, do "Vote nos três: Dante (governador), Antero de Barros e Carlos Bezerra (senador). Jonas Pinheiro concorria sem muito alarde e, por fim, garantiu a segunda vaga, com a primeira conquistada por Bezerra.
Em 2002, em mais um pleito de duas vagas reservadas para MT no Congresso Nacional, Dante, que havia renunciado ao mandato de governador com mais de 70% de aprovação popular, entrou com tudo na corrida ao Senado. Era tido como eleito. Enquanto isso, a petista Serys Slhessarenko "abocanhou" a segunda cadeira, com Jonas em primeiro lugar. A derrota de Dante contrariou, inclusive, as pesquisas de intenção de voto.
A próxima eleição com duas vagas de senador acontece no próximo ano. Até agora, o histórico tem mostra a presença de "zebras" no caminho. Maggi está de "olho em pé". Por coincidência, ex-governadores que encararam de imediato concorrida ao Senado foram reprovados nas urnas, como Garcia Neto, em 82; Bezerra, em 90; e Dante, em 2002.
Pré-candidatos
Além de Maggi, outros nomes que surgem como eventuais candidatos a senador são dos deputados estaduais José Riva (PP) e Otaviano Pivetta (PDT), dos deputados federais Carlos Bezerra (PMDB) e Wellington Fagundes (PR) e dos atuais senadores Serys (PT) e Goellner (DEM). O procurador da República, Pedro Taques, que hoje atua em São Paulo, admite nos bastidores a hipótese de também entrar no páreo.
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