Mato Grosso é um dos Estados que menos investe em cultura
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios sobre investimentos em cultura no Brasil aponta que Mato Grosso e Cuiabá estão na lista dos Estados e capitais que menos investem nessa área.
Os produtores enfrentam dificuldades por causa do número restrito de patrocinadores e ainda do baixo investimento público.
Em Mato Grosso, as tradições são muitas. Tem cururu, siriri... Festas religiosas como a de Santana em Chapada dos Guimarães reúnem devotos todos os anos.
No teatro, a produção local tenta decolar organizada por grupos. Assim como o mercado de vídeos e documentários.
Mas, independentemente da forma de expressão, por trás dos trabalhos em comum a batalha é por patrocínio. E se a corrida pela iniciativa privada é difícil, os recursos do poder público são mais escassos quando o assunto é investimento em cultura. "A dificuldade realmente é o valor que se é destinado tanto no município quanto no Estado para incentivo a projetos. Seria muito interessante que o Governo e o município fizessem uma campanha realmente de conscientização para as empresas. Realmente é importante que elas invistam na campanha", disse a produtora cultural Keiko Okamura.
A pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios mostra uma pequena evolução nos repasses, tanto do Estado, como de Cuiabá.
Em 2005, a cultura ficou com 0,45 % do orçamento estadual. No ano seguinte, 0,54%. E em 2007, o repasse atingiu 0,59%. O que coloca Mato Grosso só à frente de Rondônia.
A Secretaria de Cultura do Estado contesta parte dos dados. "A gente já viu que os dados de Mato Grosso no ano de 2005 estão equivocados. Você pode ver através do orçamento da Secretaria que todos anos ele sofre um acréscimo considerável. Então a gente espera que nos próximos anos tenha ainda mais recursos para investir na área cultural", contou Francielle Leão, secretária adjunta de Cultura em Mato Grosso.
Em relação às capitais, Cuiabá está entre as cinco do país que apresentam o menor investimento em cultura.
De 2005 a 2007 os repasses aumentaram de 0,08% para 0,41%. Segundo o secretário de Cultura de Cuiabá, este ano o setor deve ficar com 1% do orçamento municipal. A mudança na seleção de projetos também é apontada como uma medida que poderá melhorar a aplicação dos recursos. "Aquele produtor do bairro quando tiver o projeto dele aprovado, ele vai receber o dinheiro direto, fazer investimento e prestar contas sobre este investimento. A partir de agora serão editais segmentados. Então o produtor já vai saber quanto ele vai receber. Ele vai adequar o projeto para aquele valor. Vai ser mais justa a distribuição", explicou Mário Olímpio, secretário de Cultura de Cuiabá.
De acordo com a pesquisa, as outras capitais do país que menos aplicaram recursos do orçamento na área da cultura foram Florianópolis, Maceió, Porto Velho e Salvador.
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