Gilmar Mendes diz que Diretas-Já marcou o fim do Estado de exceção no país
Em entrevista à Folha Online o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, classificou o movimento das Diretas-Já como um dos principais marcos da retomada da democracia e da constitucionalizarão do Estado brasileiro. Para ele, foi o momento em que as ideias antes limitadas ao Parlamento foram levadas para as ruas indicando que estava próximo o fim do "Estado de exceção".
"Foi um marco na reinstitucionalização do país. A partir daquele movimento de rua, o país como um todo se conscientizou de que a reinstitucionalização seria inevitável e a redemocratização haveria se consolidar", afirmou Mendes, como quem tenta lembrar detalhes ocorridos há 25 anos.
Em seguida, o ministro disse: "Acho que aquele grito no Anhangabaú, todo o movimento em torno daquele processo popular e também a organização parlamentar em torno do tema mostrou que já não se tolerava qualquer movimento com o Estado de exceção".
No momento das manifestações das Diretas-Já, Mendes era funcionário do Ministério das Relações Exteriores. Como servidor federal, o ministro disse que acompanhou vários debates no Congresso e ficava impressionado com a qualidade dos discursos que ouvia.
"Acompanhava diuturnamente [as discussões e as manifestações]. Eu era funcionário do Ministério das Relações Exteriores e me dirigia como estudante e também como profissional para acompanhar os debates com oradores de grande competência sobre todo esse processo de evolução política", disse ele.
Para Mendes, é fundamental comemorar os 25 das Diretas-Já como uma reação coletiva da população a um movimento que se opõe à democracia e aos direitos. "Há vários marcos. Este sem dúvida é um deles. A oposição ao regime militar vai para as ruas não se limita mais a uma atividade congressual ou às denúncias na imprensa. Era o povo rendendo homenagens e rejeitando o estado de exceção e de insegurança jurídica que se instalara", afirmou.
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