Maggi recusa abertura para deputados

O governador Blairo Maggi (PR) descartou a possibilidade de abrir espaço no primeiro escalão para contemplar deputados estaduais. O sonoro “não” do chefe do Executivo estadual será oficializado em reunião com o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Mauro Savi (PR), nos próximos dias. A posição do governador irá dificultar o atual sistema de rodízio instalado no Poder Legislativo para contemplar suplentes, conforme acordo político selado nas eleições de 2006.

Maggi disse que ainda não foi procurado por Savi para discutir o assunto. Contudo, nem mesmo menciona a chance de abrir brecha para o pleito dos parlamentares. O governador foi mais além ao ressaltar que não tem a mínima intenção de promover mudanças neste momento em seu staff, apesar de rumores contrários. Numa postura que demonstra firmeza, Blairo destaca ainda que não teme possíveis dissabores com as bancadas na Casa de Leis. “Não estou preocupado”, desconversa.

Em dezembro do ano passado, Mauro Savi e um grupo de parlamentares do Poder Legislativo se reuniram com o então governador em exercício, Silval Barbosa (PMDB), para propor maior abertura de espaço na estrutura governamental para abrigar parlamentares – facilitando assim o rodízio e o cumprimento do pacto. No período, Maggi se encontrava em viagem internacional.

Savi entende que a colaboração do chefe do Executivo estadual iria melhorar também o relacionamento entre o governo e as bancadas partidárias na Casa. Em dezembro, o deputado republicano fez um alerta sobre a chance de ocorrer o estremecimento no convívio entre a Assembléia Legislativa e o Executivo, caso a negativa de Maggi se confirmasse.

Mauro também chegou no período a colocar à disposição do governo seu posto de líder na Casa de Leis. Apesar da posição do parlamentar, o governador confirma a permanência de Savi na liderança da base governista. Ele será momentaneamente substituído por Ademir Brunetto (PT) na função, ante uma licença.

A posição irredutível do governador teria como alegação à chancela do chefe do Executivo à nomeação do ex-deputado Humberto Bosaipo ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na vaga aberta com a aposentadoria de Ubiratan Spinelli. Com o aval de Maggi para Bosaipo, o então suplente Wagner Ramos (PR), assumiu a cadeira no Legislativo como titular. Bosaipo e o ex-secretário estadual de Fazenda, Waldir Teis, ingressaram no TCE em dezembro de 2007. Teis passou a ocupar a vaga de Júlio Campos.

Nesse contexto, também teria encerrado, em tese, a participação do governador na “colaboração” com os parlamentares e suplentes, cujo rodízio beneficia especialmente o ex-prefeito Roberto França, que atingiu apenas a suplência em 2006. O pacto foi selado originalmente entre candidatos a deputado pelo PPS, ex-partido do governador, e DEM. Com a saída de Maggi rumo à formação do PR, levando consigo vários parlamentares, o novo partido foi incorporado ao rodízio.

Apesar da postura de Maggi, as articulações dos parlamentares deverão tomar novo vigor após a abertura dos trabalhos no Legislativo, que ocorre no dia 2 de fevereiro.