Prefeito de Cuiabá cria 5 novas pastas para "saciar" aliados

A Prefeitura de Cuiabá passa a gastar R$ 290 mil por mês somente para custear a folha do seu secretariado. Para este segundo mandato, o prefeito Wilson Santos (PSDB), pressionado por velhos aliados, decidiu aumentar o número de secretarias de 19 para 24. Cada integrante do primeiro escalão ganha agora R$ 9,2 mil. Já os adjuntos embolsam R$ 2,7 mil mensais. O prefeito ganha R$ 14,3 mil.

Virtual candidato do PSDB a governador em 2010, Santos tentar conter brigas entre os 14 partidos aliados na base da oferta de cargos. Para atender o PRTB, que elegeu dois vereadores, o prefeito entregou a pasta de Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo para o coronel da reserva Edson Leite, presidente do diretório municipal, mas não deixou de fora do staff o seu amigo do PSDB, ex-vereador Permínio Pinto. O prefeito prometeu desmembrar a pasta de Edson Leite em Trabalho, Emprego e Renda, que fica com o coronel e a Regularização Fundiária para contemplar Permínio.

O Palácio Alencastro vai criar também a secretaria de Igualdade Racial. Assim, a ex-vice-prefeita Jacy Proença não fica desempregada. O que seria coordenadoria do PAC virou secretaria Extraordinária, tudo para atender o petebista João Vieira. Como na secretaria de Esporte e Cidadania há queda-de-braço entre os pedetistas Pedro Sinohara e Aurélio Augusto, o prefeito encontrou uma solução que, para ele é tida como simples e confortável politicamente, mas que, para o Município, traz mais ônus: desmembramento. Assim, Aurélio fica com a Cidadania e Política da Pessoa com Deficiência e, Sinohara, com Esporte e Lazer.

Agora, o prefeito precisa do aval da Câmara Municipal para criar as 5 novas secretarias. Ao que tudo indica, Santos vai enfrentar problemas, já que alguns vereadores como, por exemplo, os pedetistas recém-empossados Toninho de Souza e Adevair Cabral adiantaram que reprovam a idéia. O curioso é que o prefeito não analisou como vai ficar o orçamento do município para este ano com o aumento das pastas. Ele se limitou a dizer que a medida quase não vai gerar ônus aos cofres da prefeitura. "Não devemos fazer novas contratações de funcionários, pois vamos fazer remanejamentos no quadro".