Ipea defende redução de 5 pontos percentuais na taxa de juro até o fim do ano

O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada), Márcio Pochmann, defendeu nesta terça-feira o corte de 4 a 5 pontos percentuais na taxa Selic. De acordo com o presidente, as medidas adotadas pelo governo para combater a crise ajudaram a evitar "o pior", mas ainda não foram suficientes por causa da alta taxa de juros.

"As medidas tomadas até agora são positivas, estão no caminho certo, mas apenas evitam o pior. Não são suficientes", afirmou.

Ele disse que não há justificativa de que é preciso altas taxas de juros para conter a inflação, já que o cenário é de redução de preços. Pochmann divulgou hoje um estudo do órgão mostrando diversos cenários de crescimento para 2009 e o impacto na geração de emprego e renda.

"Todas as simulações indicam que um crescimento inferior a 4% contaminará o resultado positivo", afirmou.

Hoje começa o primeiro dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Há consenso de que o Comitê deve reduzir a atual taxa básica de juros --em 13,75% ao ano-- mas não há unanimidade sobre o tamanho do corte: as projeções dos economistas oscilam entre um corte de 0,50 ou 0,75 ponto percentual, com uma ala mais "agressiva" esperando uma redução de até 1 ponto. A decisão será anunciada amanhã, após o encerramento dos mercados.