Rabello, Júlio e Carlos Brito caem no ostracismo político
Erros estratégicos acabaram por aniquilar politicamente os ex-deputados estaduais Carlos Brito (PR) e Walter Rabello (PP) e o ex-governador Júlio Campos (DEM). Os três estão hoje sem cargos eletivos e com caminhos fechados na vida pública, ao menos por enquanto. Uns consideram que eles estão provando do próprio veneno, principalmente por ter arrumado muita confusão e inimigos. Outros entendem que foram vítimas de conspirações de aliados e abandonados injustamente por companheiros.
Rabello vinha numa carreira meteórica. Apresentador de TV, foi o vereador mais votado na história de Cuiabá em 2004 ao conquistar 8.683 votos. Dois anos depois, se elegeu deputado com a segunda maior votação: 70.646. Só perdeu para José Riva (PP), que teve 82.799 votos. Empolgado e no auge com seu programa "Olho Vivo na Cidade", na TV Cidade Verde (SBT), Rabello insistiu no projeto de candidatura a prefeito. Para se viabilizar, trocou o PMDB pelo PP. A partir daí, começou a enfrentar obstáculos. Foi demitido da emissora, perdeu o mandato por infidelidade partidária e ficou em terceiro na disputa à prefeitura. Caiu no ostracismo político, em que pese presidir o diretório do PP de Cuiabá. Rabello forma dupla com Odair Júnior e sobrevive como cantor sertanejo.
Carlos Brito marcou posição como líder comunitário no Parque Cuiabá. Se elegeu vereador, chegou a assumir cadeira de prefeito por um mês na década de 1980, foi deputado estadual e secretário de Estado da Casa Civil e de Justiça e Segurança Pública, vindo a ser homem forte do governo Blairo Maggi. Em 2006, não conseguiu se reeleger, apesar da votação expressiva: 30.899 votos. Depois, apostou todas as fichas na eleição do empresário Mauro Mendes (PR) para prefeito da Capital. Mendes perdeu no segundo turno para o tucano Wilson Santos. Para piorar, Brito enfrentou problemas de ordem pessoal, o que o deixou mais isolado e, de quebra, foi denunciado pelo Ministério Público por suposto ato de improbidade na Sejusp. Ele é oficial de Justiça.
Júlio Campos antecipou sua aposentadoria como conselheiro do TCE e, após ocupar vários cargos eletivos, como de prefeito de Várzea Grande, de governador, de deputado federal e de senador, encarou nova disputa em sua terra natal. Começou como grande favorito, mas perdeu para o hoje prefeito reeleito Murilo Domingos (PR).
Dos três, Júlio é o que se vê numa situação mais tranquila. Recebe mensalmente mais de R$ 40 mil de aposentadoria. Os três estiveram no topo na vida pública. Apostaram em projetos incentivados por assessores e com sede em mais poder. Agora amargam a sede do isolamento político.
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