Dilma reforça seu poder nas agências
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, está reforçando seu poderio nas agências reguladoras com vistas nas eleições de 2010. Forte candidata à sucessão de Lula, ela tem trabalhado minuciosamente para indicar diretores de sua confiança, com mandatos que persistirão até o próximo governo. O mapeamento das vagas fica explícito em duas das principais agências reguladoras: a de energia elétrica (Aneel) e de transportes terrestres (ANTT), que administram contratos milionários.
No ano passado, tomou posse no comando da ANTT Bernardo Figueiredo, que atuava diretamente com a ministra, como assessor especial da Casa Civil. Na Aneel, para substituir Jerson Kelman, o governo indicou o ex-ministro de Minas e Energia Nelson Hubner, que foi chefe-de-gabinete de Dilma.
Hubner teve sua indicação aprovada pela Comissão de Infraestrutura do Senado no final de 2008. Para ser confirmado, precisa ainda passar pelo crivo do plenário da Casa. Uma vez no comando da agência, ele ficará no cargo pelo menos até o início de 2013 - a lei ainda permite uma recondução. Isso significa que o próximo presidente, seja quem for, terá por mais de dois anos um aliado de Dilma em cargo estratégico do setor elétrico.
Figueiredo, também do time de Dilma, estará na ANTT até fevereiro de 2012. Trabalhará, portanto, por um ano com o próximo governo. Até pela estabilidade proporcionada pelos mandatos, os cargos de comando das agências são cobiçados pelos partidos. Até o final de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá muitas cartas na manga para negociação.
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