Lula não deve se empenhar na disputa pela presidência do Senado
A conversa prevista para hoje ou amanhã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o senador José Sarney (PMDB-AP) encerra mais uma fase da disputa pela presidência do Senado. Segundo interlocutores do presidente, Lula vai dizer ao senador que não tem como interferir no processo, a ponto de pedir que os dois candidatos, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Tião Viana (PT-AC), saiam do páreo para ceder a vaga a Sarney.
Lula deve ainda lembrar, segundo seus assessores, que chegou a defender a candidatura de Sarney, mas como ele recusou, se sente agora politicamente impedido de interferir na escolha, a duas semanas da eleição da nova Mesa do Senado, marcada para o dia 2 de fevereiro. Garibaldi e Tião garantem que não vão desistir. Os dois afirmam ter o apoio de seus partidos, das demais legendas governistas e a maioria dos 26 votos do DEM e do PSDB.
"O que eu posso dizer é que estou otimista pelo apoio que tenho recebido", afirma Tião. "Eu também me sinto otimista, aliás, todo candidato é otimista, ainda não vi nenhum deles pessimista", acrescenta Garibaldi. Os dois candidatos preveem, igualmente, que se Sarney manifestar ao presidente o desejo de participar da disputa, Lula vai optar em manter distância da disputa, sem tomar partido em favor do PT ou do PMDB.
A tendência dos líderes do DEM e do PSDB, senadores José Agripino (RN) e Arthur Virgílio (AM), é a de liberar o votos de seus subordinados. Até porque senadores dos dois partidos já se manifestaram previamente. Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tasso Jeresissati (PSDB-CE), por exemplo, defendem a candidatura de Tião, que tem o apoio do peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE). O primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB) e o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) devem votar em Garibaldi. A decisão dos partidos só deve ser anunciada no mesmo dia da eleição do presidente.
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