Ex-prefeitos deixam "rombo"; sucessores chiam
Vários prefeitos iniciaram mandatos em meio ao caos e rombos deixados pelos antecessores. O ex-prefeito de Colniza, Sergio Bastos dos Santos, o Serjão (PMDB), por exemplo, não pagou as contas de energia e telefone. Assim, deixou a sucessora Nelci Capitani (DEM) no escuro e "incomunicável".
Em Chapada dos Guimarães, após "sumiço misterioso" de documentos, a Justiça foi acionada e houve até busca e apreensão na casa do ex-prefeito Gilberto Mello (PR), derrotado à reeleição por Flávio Daltro (PP). O novo prefeito denuncia que o antecessor desapareceu com o banco de dados da administração e não tem nem como organizar a folha de pagamento. Só com a Rede/Cemat, Daltro "herdou" R$ 1,8 milhão de dívidas.
Já em Itiquira, Ernani José Sander (PSDB) se deparou com uma dívida de R$ 7,4 milhões e com uma frota sucateada, "herança" da gestão Ondanir Bortolini, o Nininho (PR), que comandou o município por oito anos.
Em todos estes casos, os ex-gestores teriam desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal, que obriga gestores a não deixarem nenhum déficit à próxima administração. Os rombos financeiros, aliados a maquinário sucateado e ao sumiço de documentos e até de computadores, dificultam o mandato dos sucessores, que passam a postergar as promessas de campanha, planos e ações para resolver "pepinos".
Outros prefeitos também começaram "no vermelho". Em Nortelândia (a 237 km de Cuiabá), Neurilan Fraga (PR) reclama de uma "herança" de R$ 2 milhões em dívidas dos ex-prefeitos Rodomildo Rodrigues Silva (PP) e Vilson Ascari (PMDB). O prefeito de Barra do Bugres (a 163 km de Cuiabá) Wilson Francelino, o Wilson da Casa do Pescador (PDT), recebeu do petista Aniceto Miranda uma gestão atolada em dívidas. São R$ 6,6 milhões de débitos.
São nessas condições que entram e saem governo. A LRF prevê até cadeia para os maus gestores, mas até agora nenhum prefeito foi condenado por isso.
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