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Crise econômica nos EUA pode durar ao menos mais um ano, dizem analistas
A crise econômica que afeta os Estados Unidos se prolongará ainda durante outros 12 a 16 meses, apesar dos esforços do governo para contê-la, segundo um grupo de analistas em Miami.
Banqueiros e economistas descartaram que a crise alcance a magnitude da Grande Depressão de 1929, que durou 43 meses e deixou 25% da força de trabalho sem emprego.
No entanto, disseram que a atual recessão pode superar em extensão os períodos de contração econômica de 1973-1975 e de 1981-1983.
"Hoje estamos no mês 14 da atual recessão, tal como foi medido pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica. Portanto, quanto vai durar mais? Temos de 12 a 16 meses a mais de recessão pela frente", calculou o economista Ricardo Lago.
"Acho que a crise nos EUA durará provavelmente 12 meses, mais em termos de Produto Interno Bruto [PIB] e em termos de desemprego, provavelmente outros seis meses mais", disse Roberto Higuera, presidente-executivo do Banco Popular Espanhol.
O banqueiro espanhol analisou a crise e sua origem em discurso durante o Fórum Internacional de Negócios da Universidade de Miami, que encerra hoje.
"A agressividade da reação e a rapidez dos Estados Unidos [para enfrentar a situação] vai fazer com que o país saia antes da crise que a Europa", afirmou.
Higuera afirmou ainda que a "praga financeira" começou "há ano e meio e sua propagação foi facilitada por três diferentes bactérias": os empréstimos "subprime" (de alto risco), a quebra de Lehman Brothers e o "sistema de pirâmide" supostamente criado pelo financeiro Bernard Madoff, que gerou perdas por US$ 50 bilhões.
Para Lago, o problema não é de livre mercado ou de falta de regulação e pôs como exemplo que no sul do Estado da Flórida, os bancos são supervisionados por nove organismos diferentes.
"Portanto não é um problema de falta de regulação. É um problema de uma regulação má", considerou.
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