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Agronegócios
Sexta - 16 de Janeiro de 2009 às 12:13

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Uma parte da lavoura cultivada em Mato Grosso pode ser o resultado de sementes pirateadas. É o que aponta o Ministério da Agricultura, que agora busca o apoio de produtores para denunciar a prática ilegal. A falta de procedência nos grãos, além de causar prejuízos fiscais e perda de produtividade, pode estimular o avanço de doenças no campo.

Dos 8,4 milhões de hectares cultivados em Mato Grosso devem sair 26,8 mil toneladas de grãos. A safra 2008/2009 está prevista para ter 1,4 milhão de toneladas a menos do que a anterior, mas nem por isso, perde a primeira posição.

O Estado com as maiores safras do Brasil é também campeão em um outro quesito, na pirataria de sementes. Certos produtores de Mato Grosso são responsáveis por 30% de todas as infrações detectadas no país. Uma das táticas para se comercializar o produto é vender a semente como se fosse um grão. Na aparência podem até ser iguais, mas por trás de uma nota fiscal mal intencionada há muito a ser dito.

Sementes pirateadas

No agronegócio, a pirataria não é muito diferente do que acontece em outros setores. O crime começa com a compra de um lote original, onde as sementes são plantadas, só que a produção, não certificada acaba sendo vendida sem autorização, sem nenhuma garantia de procedência.

De acordo com presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso, Pierre Patriati, a pirataria pode trazer doenças graves para a lavouras e o plantio não fica bom. "As vezes, se o clima está bom, não há tanta diferença, mas se o clima não está perfeito, o que é muito comum, a produção perde em até 50%", explicou o presidente da associação.

Fiscalização

A produção de sementes é controlada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O mapa é quem autoriza, certifica e também fiscaliza a atividade. Em 2008, em Mato Grosso, a equipe de 10 fiscais fez 737 auditorias com 80 infrações.

O fiscal agropecuário, Sidnei Francisco Cruz, contou que o objetivo é se unir com todos os segmentos. "Buscado parcerias com os segmentos do agronegócio, com as entidades de classe e com as associações de produtores no sentido de buscar e melhorar as estratégicas para coebir o uso da pirataria", afirmou o fiscal.

Segundo o engenheiro agrônomo, Regis Santana, da semente pirata, pode brotar ainda um outro problema, difícil de resolver. "Produtos piratas não tem para quem reclamar e não existe garantia nenhuma. A pessoa que compra sementes piratas compra porque quer. E o que acontece muito é que depois do produtor ter plantado, perdido adubo e defensivos ele decide procurar uma empresa legalizada", concluiu o engenheiro.

Os processos instaurados que caracterizam pirataria de sementes são encaminhados ao Ministério Público Federal e Procuradoria da Fazenda, para que sejam apurados nas esferas civil e criminal.





Fonte: Redação TVCA

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