Queimadas crescem 466% no início de 2009
A expectativa negativa de aumento no número de queimadas em 2009 começa a se confirmar. Nos primeiros 12 dias do ano, as queimadas cresceram 466% no Brasil em relação ao mesmo período de 2008: saltaram de 260 para 1.474. O Estado do Ceará lidera, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com 434 casos, seguido do Mato Grosso, com 154, de Pernambuco, com 128 queimadas, Paraíba, com 91 e Pará, com 81.
Em 2008, o País registrou 93 mil queimadas, praticamente o mesmo número de 2007, mas agora em 2009 a previsão é de aumento, já que o Inpe detectou, em levantamento preliminar do sistema Degrad, 24.932 km2 de áreas em processo de desmatamento 2008 somente na Amazônia Legal. O número é 67% superior aos 14.915 km2 de áreas degradadas em 2007.
O Inpe mapeou áreas em processo de desmatamento em toda a Amazônia Legal, o que possibilita aos órgãos de fiscalização impedir a derrubada completa da floresta. De acordo com o instituto, 13% das áreas identificadas como degradadas em 2007 foram convertidas para corte raso em 2008, ou seja perderam completamente a cobertura vegetal nativa. Se essa porcentagem se repetir, 2009 podem ser registrados mais 3,24 mil km2 de desmatamento raso na Amazônia Legal.
No item degradação, o Mato Grosso segue imbatível, com 12.534 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará, com 7.708, e pelo Maranhão, com 3.978. Rondônia, que sempre se destaca nos rankings de desmatamento, vem em quarto, com 477 quilômetros quadrados degradados em 2008, no âmbito da Amazônia Legal.
As queimadas, uma das práticas ainda recorrentes da agricultura e da pecuária, contribuem decisivamente para colocar o Brasil como um dos maiores emissores mundiais de gases que causam as mudanças climáticas. Estima-se que o uso da terra nas suas diversas formas seja responsável por 75% das emissões de gases-estufa no País.
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