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Politica Brasil
Quarta - 07 de Janeiro de 2009 às 15:01
Por: Rubens de Souza

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Em meio ao conflito que se estabeleceu pelo controle do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contra o governador Blairo Maggi, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, virtual candidato ao Governo em 2010, começa a correr contra o tempo. E o relógio é impiedoso: com 22 promessas capitais, feitas na campanha eleitoral passada, ele terá que entregar, em média, uma obra a cada 27 dias, dentro dos seus pouco mais de 600 dias que restam a frente do comando municipal. É verdade que o valor é apenas simbólico, já que, como todo bom político – ainda mais com degraus para subir – Wilson deverá apontar lá no final de sua gestão com o chamado “pacotão” de inaugurações, tradicional.elemento para capitalização de votos.

Discípulo, Wilson Santos tenta seguir os passos do ex-governador Dante de Oliveira, fazendo quase que a mesma trajetória para chegar ao tão sonhado posto de governador. Sem o mesmo carisma político, mas ocupando espaço no espólio deixado com o prematuro falecimento do líder, Santos tem em mente exercer a administração municipal a pleno. Por isso, fica na Prefeitura até o dia 31 de março. Por mais que ele evite o assunto, desconverse e até faça manobras, disputar o Governo é tão certo quanto o resultado da soma de dois mais dois. A data é limite para desincompatibilização. Pode ser até que saia antes, mas, poucos duvidam disso. O vice Chico Galindo terá que esperar.

Para chegar ao ponto mais alto no Estado, Wilson Santos sabe que vai precisar render-se em grande esforço. O cargo de governador exige mais que o seu conhecido populismo. O prefeito de Cuiabá terá que mostrar competência política e, acima de tudo, aptidão. Além disso, muita habilidade para derrubar os eventuais obstáculos administrativos e, também, partidários. Por isso mesmo, entrou 2009 promovendo uma “cisão” com o governador. Orientado, Wilson procura demarcar o seu terreno de oposicionista, abandonando uma eventual linha de diálogo. “Ele vai para o pau com o Governo” – admitem correligionários, que tratam o embate do momento sobre o PAC como uma espécie de “terceiro turno”.

No Governo, assessores de Blairo Maggi acham que Wilson Santos prometeu demais e, estrategicamente, começa a justificar uma eventual impossibilidade de cumprir com tudo que falou. Um dos aspectos pode ser a influência da receita pública, que, poderá sofrer algum impacto com a desaceleração econômica. O presidente da Associação Brasileira de Municípios, José do Carmo Garcia, por exemplo, acha que os prefeitos não poderão cumprir suas promessas de campanha. Ele explicou que "durante o período eleitoral, o cenário não era de crise”. Supõe-se, então que, ao invés de adaptarem seu discurso à crise, sim, já detectada, foi a crise que não quis se adaptar às promessas dos candidatos. Além disso, um pequeno equívoco "campanha" é a publicidade, mas o "Plano de Governo", que é o que importa, é que deveria ter previsto as implicações da crise sob as contas dos governos municipais.

Ao ser empossado, Santos manteve o discurso anti-crise. “Crises se vencem é com ousadia e trabalho" – disse, convicto. Santos disse estar preparado. "Primeiro, com bastante otimismo e trabalho, mas apertando o cinto. Estamos economizando gastos com custeio, e diminuímos aqueles previstos para investimentos em 2009. No geral, são posições animadoras. Vamos buscar soluções ousadas, criativas, inteligentes. Vencemos uma crise em 2006, e com certeza vamos vencer novamente".

Os compromissos assumidos por Wilson Santos foram em diferentes áreas. "É um conjunto de desafios. Agora, as nossas três principais prioridades são: educação, saúde e meio ambiente” - frisou. As três áreas, segundo ele, receberão atenção especial durante a gestão, que terá curto tempo de validade. Na saúde, por exemplo, o prefeito garantiu que vai reformar o Pronto Socorro e reequipá-lo. Assegurou ainda que vai ampliar o programa saúde da família e criar policlínicas nos bairros. No preventivo, jurou implementar a rede de esgoto em toda a capital. É muita coisa!

“Professor-show” de cursinho, Wilson fala em implantar a educação integral e atingir ainda este ano 4,4% a 4,5% no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Ideb. Disse que vai investir no Bolsa Universitária, nas universidades privadas, semelhante ao Programa Universidade para Todos (Prouni), do Governo Federal. Prometeu pagar 15 salários anuais a todos os profissionais das 10 melhores escolas da cidade, criando o “ranking escolar”; e, providenciar a cobertura para todas as quadras das escolas municipais, inclusive as da zona rural.

A controvertida Avenida das Torres será concluída. Numa cidade onde o caos urbano se estabeleceu, Wilson garante que vai fazer ainda a adequação das vias de ônibus e, num surto de megalomania, falou até emconstrução de viadutos e passarelas em vários pontos de Cuiabá. Ampliação da Avenida Fernando Correa da Costa, com a desapropriação de áreas está no cronograma das promessas do prefeito, bem como a construção de uma ponte entre Coxipó e Coopema. Santos falou em concluir a obra da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Tijucal e não será difícil, já que a obra deveria ter sido entregue no dia 31 de dezembro passado.

Santos fez ainda compromissos com o Programa de iluminação pública e implantação da guarda municipal. A região do CPA, vai ganhar um cemitério. Ele disse em palanque que vai ampliar o Banco Municipal, permitindo que mais pessoas possam ter acesso a empréstimo. Promessa de Wilson Santos.





Fonte: 24 Horas News

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