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Politica Brasil
Terça - 06 de Janeiro de 2009 às 10:36

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Os processos de compra e desapropriação de terras e georreferencimento de áreas que estavam em andamento na superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), suspensos desde a semana passada após denúncia e prisão de servidores pela Polícia Federal, não têm prazo para serem retomados. Enquanto isso, o instituto ficará parado, ou seja, funcionando apenas os setores de atendimento interno e de análise, mas nada que diga respeito a processos de terras.

Na quarta-feira (7), uma equipe de técnicos do Incra virá de Brasília para dar início à auditoria interna no órgão em Mato Grosso. Questionado se o tempo de trabalho de apuração e varredura de possíveis irregularidades pode chegar a um ano, o superintendente José Vasconcelos Figuerêdo respondeu que não há como prever. "Pode demorar muito mesmo", concordou.

Ele garantiu que a equipe de Brasília trabalhará em uma sala separada, com acesso a todas as informações da regional. "A ordem de Brasília é que haja transparência total. Passaremos todas as informações que o Ministério Público Federal pedir, assim como a Polícia Federal".

Apesar de o trabalho envolver todos os processos existentes atualmente, a prioridade, segundo ele, será dada aos processos denunciados pelo MPF por apresentarem irregularidades e que levaram à cadeia 14 pessoas, entre elas 9 servidores do Incra, que após serem liberados pela Justiça voltaram aos respectivos cargos. Atualmente, todos eles estão de férias.

O baiano José Vasconcelos Figuerêdo é engenheiro agrônomo e foi nomeado após o ex-superindente João Bosco de Morais ser preso acusado de participar de uma quadrilha que falsificava documentos de áreas, transferindo-as para devolutas da União ou Estado, beneficiando supostos proprietários com indenizações milionárias, a pretexto de promover assentamentos. Por enquanto, Figuerêdo responde como interino.

Transferido da superintendência do Pará, desde setembro do ano passado, ele estava lotado no setor de divisão de obtenção de terras, ou seja, exatamente onde teriam ocorrido as irregularidades, conforme o MPF. No entanto, ele disse não poder comentar sobre as denúncias porque tratam-se de processos antigos, desde 1997. "Também não tive acesso aos detalhes da denúncia, apenas ao que foi divulgado pela imprensa".

Já o setor de georreferenciamento foi alvo da operação Dupla Face, que levou à prisão um dos procuradores do Incra.





Fonte: A Gazeta

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