Partidos agora tentam enquadrar parlamentares
A Lei de Fidelidade partidária, de 27 de março de 2007, que prevê perda de mandato de parlamentar que mudar de sigla, está servindo de esteio para que os diretórios partidários façam pressão a seus filiados detentores de mandatos. Assim, muitos ficam acuados. A qualquer ato de rebeldia, acabam ameaçados de expulsão, o que podem culminar em perda do cargo.
A lei pró-fidelidade serviu de intimidação e como consequência alguns parlamentares agiram contrariados. Foi o caso do vereador Antônio Cardoso do PR, que abriu mão de se candidatar à Mesa Diretora em Várzea Grande e ainda teve que votar no colega Wanderlei Cerqueira (PR), mesmo contrariado. Cardoso chegou a declarar que "está muito chateado e que infelizmente teve de seguir a orientação do partido em não disputar a Mesa Diretora", tudo por conta da lei de Fidelidade Partidária. "Ainda tenho quatro anos de mandato pela frente", explicou o republicano, na bronca com o partido.
Outro que "abriu mão" da disputa pela Mesa foi o tucano Edivá Alves, desta vez, em Cuiabá. O tucanato concorreu à presidência da Câmara com Lueci Ramos, e Edivá, de última hora, desistiu para apoiar a colega de sigla. No entanto, o PSDB saiu perdendo e o prefeito reeleito de Cuiabá, Wilson Santos, viu ir "por água abaixo" a chance de governar com a maioria na Câmara.
Alguns ignoraram a orientação do partido e articularam por conta própria. O vereador cuiabano Néviton Fagundes do PRTB, por exemplo, já está sofrendo processo no Conselho de Ética por ter votado em Lueci Ramos (PSDB), ao invés de Deucimar Silva (PP) na eleição da Mesa, como o partido havia antecipado. Em Primavera do Leste, o vereador Paulinho Corretor (PMDB), que apesar de ser do mesmo partido do vice-prefeito de Getúlio Viana (PR), optou em se unir à oposição e venceu a diputa pela presidência da Câmara.
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