"Rei das aposentadorias" pode virar secretário
O cacique político do PTB, Oswaldo Sobrinho, conhecido como o "rei das aposentadorias", recebeu convite do seu primo, o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB), para assumir a secretaria de Governo, no lugar de Andelson Gil do Amaral, que no início da gestão conduziu a pasta de Infra-Estrutura. Sobrinho, em princípio, disse "não" ao primo.
Ele teme trazer desgaste à gestão tucana por duas razões. Primeiro, porque há risco de ser barrado por causa da lei anti-nepotismo. Segundo, por temer exposição na mídia, já que acumula privilégios com aposentadorias, principalmente agora que a polêmica do extinto FAP da Assembléia Legislativa voltou à tona.
Mesmo sob resistência de Sobrinho, o prefeito insiste em tê-lo no primeiro escalão. O ex-deputado, ex-vice-governador, ex-governador e ex-secretário entraria na cota de indicações do PTB, que terá três secretarias. Santos até "engordou" a pasta de Governo em 252% para 2009, elevando o orçamento dos atuais R$ 4,3 milhões para R$ 14,5 milhões. Se vier a ser secretário, Oswaldo Sobrinho receberá cinco vencimentos por mês. Embolsaria nada menos que R$ 40 mil.
Ele já ganha pensão do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), extinto em 1988 pós-Constituição. Também recebe aposentadoria do extinto Fundo de Assistência Parlamentar (FAP), da Assembléia, com direito a 91,6% do salário integral de R$ 12,5 mil pago hoje a cada um dos 24 deputados. De quebra, ainda leva mais de R$ 11 mil como ex-governador e ainda como professor inativo.
Oswaldo Sobrinho foi também secretário-adjunto de Educação e assessor do Dnit, em Brasília. Desde a década de 1980, ele ocupa função pública. Em 94, então no PFL (hoje DEM), ele concorreu e perdeu o governo do Estado para Dante de Oliveira (já falecido).
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