Mesmo grupo comanda Câmara de Cuiabá há uma década
Mais antiga do que a Assembléia Legislativa, a Câmara Federal e o Senado, o legislativo cuiabano, criado em 1.727 com a elevação da localidade à categoria de vila, por ordem do Rei de Portugal, recebendo a denominação de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, vem sendo conduzido na última década pelo mesmo grupo político. Por coincidência, todas essas gestões são marcadas por focos de escândalos, umas menos e outras com mais intensidade.
Em 2000, o presidente era João Malheiros (ex-PTB, PPS e hoje PR), hoje deputado estadual. Depois vieram Luiz Marinho (ex-PFL e hoje DEM) por dois mandatos, Chica Nunes (PSDB), Lutero Ponce (ex-PP e hoje PMDB) e, a partir de janeiro de 2009, já na nova Legislatura, a Câmara deve ser presidida por Lueci Ramos (ex-PMN, PFL e hoje PSDB). Nestes últimos 10 anos, o legislativo vem passando por desgaste devido a denúncias de irregularidades.
A "bomba" acabou estourando na gestão Chica Nunes. Ela foi até indiciada por vários crimes em inquérito policial num escândalo que aponta desvio de aproximadamente R$ 6 milhões. Sucessor de Chica, Lutero Ponce (PMDB), a uma semana de concluir o mandato de dois anos, também deixa o comando da Câmara sob desgaste. Ele investiu pesado para conseguir a reeleição e passou sufoco para ter as contas do exercício de 2007 aprovadas pelo TCE.
Lueci Ramos, sob articulação do seu padrinho político, ex-deputado e conselheiro do TCE Humberto Bosaipo, conseguiu cooptar apoio da maioria dos vereadores que comporão a nova Legislatura e obteve respaldo do prefeito Wilson Santos. Dessa forma, tudo caminha para que ela conduza a Câmara pelos próximos dois anos, na administração de um duodécimo que chega a R$ 1,6 milhão mensais. Lueci representa o mesmo grupo e promete fidelidade aos antecessores Chica e Lutero. Isso significa que ela vai "segurar" os pepinos das administrações anteriores.
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