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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 22 de Dezembro de 2008 às 09:51

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A cada mês, ele manda um grupo de pessoas para a cadeia. Por isso, é amado e odiado. Numa sintonia com o Ministério Público Federal, ele acabou transformando em alvos empresários, políticos e servidores públicos. O juiz federal Julier Sebastião da Silva, mato-grossense de Cuiabá, não se intimida com as ameaças de morte que volta-e-meia recebe. Mas, pelo fato de, no passado, quando ainda atuava como advogado, ter sido militante do PT, acaba sendo criticado pela maioria dos que vão preso de supostamente agir sob interesse político-eleitoral. Para deixar os políticos preocupados, o juiz faz até suspense sobre a possibilidade de abandonar a toga e concorrer a cargo eletivo de senador ou até de governador.

Julier não está nem aí. Polêmico, ele não tem papas na língua. Há dois anos, por exemplo, numa audiência no Senado, se envolveu numa discussão dura com o ex-senador Antero de Barros, que sofreu investigação sob aval do Judiciário. Ambots trocaram farpas. Sob a canetada de Julier, já foram para a cadeia várias personalidades, como o "comendador" João Arcanjo Ribeiro, o homem que comandava há décadas o crime organizado em Mato Grosso, políticos e diretores e superintendentes de órgãos e autarquias.

O curioso é que quase todos saem da cadeia em menos de uma semana. Um grupo de servidores do Incra-MT, entre eles o então superintendente regional João Bosco de Morais, o adjunto Sebastião Pereira Cajango e dois procuradores, foram presos na última sexta, sob acusação de envolvimento em fraudes nos processos de desapropriação de terras. Já no domingo de madrugada, em poder de habeas corpus obtidos no TRF da 1ª Região, eles já deixavam a cela da Polinter. Inconformado, João Bosco declarou que fora vítima de armação política e acusou interferência de petistas no sentido de tirá-lo do cargo de superintendente do Incra-MT. E assim, cada um vai se espernando.

Julier tem decretado sentenças que repercutem internacionalmente. Há cinco anos, por exemplo, ele determinou a obrigatoriedade da identificação de todo o turista americano que entrar no país. Baseada no princípio da reciprocidade, a decisão foi adotada após ação movida pelo procurador da República José Pedro Taques e estabelece que o turista deve ser fotografado e ter as impressões digitais recolhidas. Essa regra do fichamento causa polêmica até hoje e provocou a ira, principalmente dos americanos.





Fonte: RD News

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