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Economia
Terça - 16 de Dezembro de 2008 às 15:50

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Se pedir um aumento de salário ao chefe está entre seus planos para o final de ano, é melhor repensar. Na avaliação de especialistas em emprego e recursos humanos consultados pelo G1, a crise financeira faz esse tipo de solicitação soar quase ofensiva aos ouvidos patronais, pelo menos por enquanto.

Para aumentar os ganhos, a alternativa mais recomendada pelos analistas é transformar o momento de cautela em oportunidade: soluções criativas sugeridas por funcionários para incrementar os negócios da empresa estão mais valorizadas do que nunca e podem se reverter em salário maior no holerite, dizem os especialistas.

Na avaliação do presidente da Curriculum.com.br, Marcelo Abrileri, o melhor é aproveitar a oportunidade para criar meios de ampliar os ganhos da empresa, o que irá valorizar a presença e a responsabilidade do funcionário no quadro corporativo.

“Crise é um momento de criatividade. Se ele (o funcionário) propuser soluções, pode encontrar um novo espaço na empresa, com novas atribuições e responsabilidades”, diz Abrileri.

Frase proibida

Para Luci Lahr, consultora de gestão empresarial da Lahr Consultoria, a expressão "aumento de salário" deve ser "abolida" em tempo de crise". "Aumento é palavra que não existe [em tempo de crise], é abolida", diz.

“Se a sua empresa está pensando em fazer cortes de pessoal e você vem com essa pergunta (de aumento de salário), pode passar a ser o primeiro da fila da demissão”, afirmou Marcelo Abrileri.

Resolva problemas

Diante do cenário de incerteza sobre o futuro da economia, progredir financeiramente no trabalho é impossível? Não. Mostrar resultados para a empresa pode garantir promoções, poder de barganha e até comissão sobre a receita que o empregado ajudou a gerar.

“A saída é vislumbrar estratégia, identificar alternativas para reduzir custos, aumentar vendas, encontrar novos nichos de mercado. Isso pode fazer o funcionário ganhar com a crise”, diz a consultora Luci.

Para ela, o empregado pode sugerir projetos e pedir uma comissão ou percentual caso as metas sejam atingidas.

"O trabalhador que consegue enxergar uma saída para a empresa fazer a diferença tem de negociar. Se for uma pequena ou média empresa, fala direto com o proprietário. Se for uma companhia grande, fala com o diretor. Tem de propor um percentual focando resultados. Se fizer um projeto e conseguir resultado x, y ou z, ganha. Aí, não tem porque o chefe dizer não."

Outra opção é propor soluções ou projetos que incluam o próprio funcionário na execução. “Ele pode sugerir projetos que ele mesmo vá tocar, desde que caiba neles”, ensina Marcelo Abrileri.

'Marketing pessoal'

Para o gerente de pesquisa salarial da Catho Online, Mário Fagundes, essa é a hora de o empregado fazer seu "marketing pessoal" para ter argumentos de pedir uma promoção ou aumento "quando passar o temporal".

"Precisa mostrar que o trabalho impactou, com resultados positivos, mostrando de forma eficiente, através do marketing pessoal, que merece", disse Fagundes.

Mas, mesmo se os ventos da dificuldade financeira cessarem, o cuidado com as palavras na hora da negociação é fundamental. Isso porque, sem base, o pedido de aumento pode "sair pela culatra" e se voltar contra o próprio funcionário.

Na avaliação dos consultores, antes de iniciar a conversa com a chefia, é bom reservar um instante para a reflexão: seus resultados para a empresa estão melhores? Você tem realizado mais do que tinha acordado na contratação? Houve mudança no mercado que tornou o seu perfil mais valorizado do que antes?

Se algumas dessas respostas forem afirmativas, capriche na argumentação: segundo os especialistas, pedir mais responsabilidade é quase sempre mais eficiente do que pedir dinheiro.

"O importante é pedir com jeitinho. Algo na linha: 'estou há um ano, tenho um objetivo e gostaria de assumir maiores responsabilidades aqui dentro. Eu quero participar mais, contribuir mais'. Isso é lícito e correto", diz Marcelo Abrileri.





Fonte: G1

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