Operação do Ibama em MT termina com R$ 60 milhões em multas
A maior operação realizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - Ibama no segundo semestre de 2008 terminou esta semana. A operação deu ênfase ao combate às irregularidades ambientais na região de Colniza, um dos locais mais problemáticos no estado em relação à matéria ambiental, fundiária e de segurança pública.
Foi necessário o apoio logístico do Exército Brasileiro, além da parceria com a Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal com a operação arco de Fogo, que participaram em alguns períodos, desenvolvendo atividades de investigação de crimes ambientais e de possíveis quadrilhas envolvidas, pra que o Ibama pudesse desenvolver a operação. A Polícia Federal também iniciou procedimentos criminais relativos às diversas situações encontradas.
Foram 60 dias de trabalho na região noroeste de Mato Grosso, na divisa com os estados de Amazonas e Rondônia, abrangendo uma área de aproximadamente 60 mil km2. Foram lavrados cerca de 140 autos de infração, que somados chegam próximos ao valor de R$ 69 milhões. Foram constatadas diversas irregularidades ambientais, mas principalmente relacionados a desmatamentos e comércio ilegal de madeira. Mais de 15 mil hectares de áreas desmatadas ilegalmente foram embargadas e os dados dos infratores estão sendo processados para lançamento na lista de áreas embargadas implantada pelo Ibama, que deu maior transparência e controle das atividades.
Outro foco da ação foi voltado a extração ilegal de madeira, que naquela região motiva muitos dos conflitos fundiários, sendo que novamente foram encontradas irregularidades, sendo apreendidos 7.500 m3 de madeira em tora e serrada, além de diversos caminhões, tratores e motosserras.
Além do trabalho de fiscalização foi realizado um grande esforço na área da educação ambiental em toda a região. Foram ministradas palestras e realizadas reuniões que totalizaram mais de 50 eventos, atingindo um público de mais de 2.500 pessoas, principalmente nas áreas rurais e assentamentos, levando informações ambientais e conscientização aos locais mais distantes do estado.
Devido a forte presença estatal na região, durante os 60 dias de duração, onde o contingente envolvido variou de 50 a 100 agentes do governo federal não faltaram manifestações populares, muitas de agradecimento, devido à queda dos índices de criminalidade na região que é considerada umas das campeãs em violência no Brasil. A operação teve ainda forte atuação em questões federais como incursões em terras indígenas, como as de índios isolados Piripkura e Rio Pardo, além do Parque Nacional do Juruena, todas áreas protegidas.
O planejamento da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama em Brasília elegeu a região como prioritária para o retorno de grandes ações para o ano de 2009. A Operação Três Fronteiras integra a operação Guardiões da Amazônia, com ações em toda a Amazônia Legal, e faz parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle de Desmatamento na região, em vigor desde 2004.
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