Maggi quer se livrar da imagem de desmatador

Diretor-presidente licenciado do Grupo Amaggi, maior produtor de soja do mundo, o governador Blairo Maggi está determinado a se inserir na "onda verde". É uma forma de contrapôr as críticas de que seria um dos "destruidores" da natureza em meio à derrubada de árvores para o avanço dos segmentos do agronegócio na Amazônia Legal. Sob articulação de ONGs, Maggi já foi contemplado até com prêmio "Motossera de Ouro".

O governador disse que, nos Estados Unidos, onde esteve semana passada, debateu questões ambientais com líderes mundiais e cientistas e enfatiza que é possível aliar "as coisas que já fazem parte da vida das pessoas com a preservação da natureza". Explicou que as pessoas não querem abrir mão do conforto. "Ninguém vai deixar de andar de avião ou de carro porque polui. Mas podemos, sim, caminhar para que essas tecnologias, no futuro, não poluam tanto quanto hoje", argumenta.

Questionado sobre como o governo deve agir para contribuir na preservação da natureza no caso da poluição, Maggi é prático na resposta: "investindo em ciência e tecnologia", disse. Sobre o mercado financeiro em detrimento das políticas ambientalistas de preservação e sobre a situação econômica dos países participantes do evento internacional, o governador pondera que não falta alimento no mundo como se "pinta na mídia". "Pelo contrário, sobra alimento. O que falta na realidade é dinheiro para as pessoas comprarem esse alimento", disse, ratificando que "quem senta para discutir sobre plantio sustentável são justamente os países ricos".

Outra medida tomada por Maggi para fazer as pazes com os ambientalistas, segundo o próprio governador, foi se reunir com as ONGs e "discutir" soluções para aliar produção e preservação. "No começo parecia uma guerra. Eu falava e só via as cabeças balançando negativamente. Chegou um momento em que eu parei o discurso e disse a eles (ambientalistas) que estava ali desarmado, pronto para o diálogo", contou Maggi sobre a reunião em que tentou aproximação com as organizações em prol do meio ambiente. "Hoje a minha relação com eles melhorou muito", destacou.