“Mato Grosso entrou nas discussões mundiais”, diz Maggi
O Governo de Mato Grosso irá criar, ainda no primeiro trimestre de 2009, uma lei estadual sobre Mudanças Climáticas. Na coletiva concedida à imprensa, nesta manhã de quinta-feira (11.12), no Palácio Paiaguás, o governador Blairo Maggi, citou ainda o uso de energia solar e a política de isenção fiscal como outras propostas do Executivo para resolver o problema ambiental. Maggi fez um balanço das reuniões que participou com líderes políticos, embaixadores, ambientalistas e empresários nos Estados Unidos.
Segundo Blairo Maggi, Mato Grosso evoluiu muito desde sua última viagem aos EUA em 2007. “Mato Grosso entrou nas discussões mundiais”, disse. Nesta última viagem, ele consolidou a proposta do Estado quanto à redução de gás carbônico (CO2) e efeito global. As informações do Estado são repassadas lá de forma truncada, mas o Governo mostrou as atividades e a produção estadual, “mostramos as políticas que adotamos, que nossos produtores têm regras para seguir e a disponibilidade de território para plantio”, completou.
No primeiro encontro, no Estado da Califórnia, o governador observou que no país americano há falta de políticas ambientais. Na ocasião, formataram um documento para atualização do Protocolo de Kyoto, que nesta semana é discutido em Poznan, na Polônia. A reunião na Polônia é preparatória à Conferência do Clima das Nações Unidas (COP) de Copenhague, que ocorre em 2009, que fecha as discussões e Mato Grosso está sendo representado pelo secretário de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan.
Em Washington, Maggi analisou que o Estado se sobressai em certas questões, porque nem os EUA ou a Europa contam com tantos programas de preservação. O governador argumentou também que o desmatamento foi discutido, mas que não foi o assunto principal da pauta, que é um problema que preocupa mais ao Mato Grosso. Mas, acrescentou Maggi, a proposta de remuneração para quem não desmatar a floresta foi avaliada como uma ferramenta que precisam discutir para ver quem paga a conta.
O plantio direto com medidas para contornar enchentes, como a ocorrida em Santa Catarina, e fixar carbono no solo, além do recolhimento de embalagens de agrotóxicos, que Mato Grosso é campeão, foram destaques também em Washington. Cujo maior desafio do Executivo estadual agora será investir em Ciência e Tecnologia e buscar meios para reverter a situação, mesmo porque “ninguém está disposto a abrir mão do que tem hoje para preservar”, avaliou Blairo Maggi.
CRISE
A crise financeira mundial, que na avaliação do Governo de Mato Grosso, terá algum reflexo no Estado a partir do próximo ano, aumentará o protecionismo americano. Na Agricultura, previu Maggi, a crise fará com que o governo americano aumente a proteção de investimentos. Já a relação Mato Grosso e Europa, no setor pode-se esperar abertura de mercados e políticas de proteção, que a grande preocupação não é com falta de alimento e sim com a sobra por causa da falta de dinheiro.
ETANOL
Confiando na proposta de governo de Barack Obama, sobre a previsão de aumentar a produção de etanol de 50 mil a 55 mil galões até 2015, as expectativas para Mato Grosso são boas. Para o governador, isso ajudará em muito o etanol brasileiro na abertura de mercados, possibilitando o mercado de grãos, e na estabilização dos preços.
MEIO AMBIENTE
Setores muito criticados do governo mato-grossense, o Meio Ambiente e também a Segurança avançaram muito, conforme análise do governador que sugeriu uma avaliação dos números do ano de 2003 para o ano de 2008, para ver a difrença. “Mato Grosso é um dos poucos Estados preocupados com licenciamento no processo agrícola”, salientou, lembrando que 80% das madeireiras fiscalizadas estão trabalhando na legalidade, “o que mostra que estamos indo para a legalidade e esperamos afunilar essas mudanças cada vez mais”.
ONGs
Há dois anos a relação do Governo de Mato Grosso com as Organizações Não-governamentais (ONGs) ligadas ao meio ambiente é boa, que hoje as políticas ambientais estão sendo construídas com apoio delas. Um exemplo é a TNC (The Nature Conservancy) que até instalou um escritório no Estado. “Mato Grosso tem procurado fazer políticas macros”, considerou o governador.
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