O salto do PDMB
O PMDB realiza hoje, em Cuiabá, um grande encontro de seus militantes para celebrar a participação vitoriosa do partido nas eleições deste ano no Brasil e em Mato Grosso.
No Brasil, o povo deu ao PMDB uma vitória altamente significativa. No total, o partido elegeu 1201 prefeitos e vai comandar nos próximos quatro anos orçamentos municipais da ordem de mais de 50 bilhões de reais.
Em Mato Grosso, o partido conquistou mais de 400 mil votos, e elegeu 21 prefeitos, 27 vices-prefeito e a expressiva bancada de 167 vereadores. O PMDB fez votos em 138 dos 141 municípios de Mato Grosso, o que nos coloca como a segunda maior força partidária do Estado.
Portanto, a participação do PMDB nas eleições deste ano pode ser considerada a maior vitória do partido desde a eleição de 1986, quando conquistou o governo do Estado, duas vagas no Senado, cinco na Câmara Federal e 13 na Assembléia Legislativa.
Essa expressiva vitória do PMDB deveu-se, primeiro, à unidade interna do partido. Em que pese as rotineiras explorações acerca de crises internas, o PMDB é um partido diferenciado, que sabe lidar com a divergência e o debate interno. Aliás, faz dessa democracia partidária cimento de sua sobrevivência. O PMDB é único partido que sobreviveu à ditadura militar sem sofrer nenhuma interrupção de sua atuação legal.
Deveu-se também à abnegação do Diretório Estadual, conduzido pelo presidente Carlos Bezerra e por mim, e à divisão de tarefas que fizemos com os deputados Daltinho e Nilson Santos e toda a Executiva Estadual.
Deve-se salientar que conquistamos esse resultado eleitoral sem ter o comando do governo do Estado, em que pese participarmos do governo. O que potencializa ainda mais a vitória.
Esse é tema tratado como controvérsia por setores da opinião pública e que tem chamado muito a atenção da imprensa especializada em política: a relação do PMDB com o atual governo e as perspectivas do partido para 2010.
Em primeiro lugar, deve ficar claro que o PMDB faz parte do governo, tendo o vice-governador que já assumiu a chefia do Estado inúmeras vezes e que tem assento no núcleo das decisões administrativas do Estado.
Em segundo lugar, o partido decidira, no primeiro semestre desse ano, que sua bancada na Assembléia Legislativa teria independência, e essa experiência tem mostrado que o PMDB esteve ao lado do governo na votação das principais matérias de interesse do Estado.
Nas eleições deste ano estivemos juntos com os partidos da base do governo na maioria das cidades, muitas vezes apoiando candidatos de partidos como PR, PT, PP e DEM, e noutras sendo apoiado por elas. Em alguns, estivemos separados. Mas, a rigor, essa regra valeu para todos os partidos que compõem a base de sustentação. E todos partidos souberam administrar essa relação entre ser aliado no governo e ter projetos eleitorais próprios nos municípios. Como ocorreu em Várzea Grande, onde os três candidatos que disputaram são de partidos com assento no Governo.
Quanto a 2010, penso que o PMDB recebeu da sociedade brasileira e da sociedade mato-grossense um claro recado de que precisa oferecer candidatos majoritários. A eleição de tantos prefeitos peemedebistas demonstra inequivocadamente que a população acredita no estilo de governo do PMDB.
Por essa razão, defendo que o PMDB dispute as eleições de 2010 com candidatos próprios a presidência da República, ao governo do Estado e ao Sendo, e não apenas à Câmara Federal e às Assembléias Legislativas.
Os nomes e os aliados deverão ser decididos no tempo certo. Evidente que o fato de estarmos nos governos do presidente Lula e do governador Blairo nos aproxima dos partidos que compõem essas duas alianças. Mas, como nos ensina a experiência de 2008, os partidos devem se unir sem se misturar, o que significa que cada um mantém seus projetos próprios, até que aqueles mais próximos se aliem pelo interesse comum. Nesse sentido, penso que o PMDB deve priorizar as conversas com esses partidos, mas sem excluir nenhum outro.
(*) SILVAL BARBOSA é governador em exercício de Mato Grosso e vice-presidente regional do PMDB/MT.
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