Justiça cassa 4 e fará nova eleição em 2 cidades
Com menos de 60 dias de êxito nas urnas, 4 dos 141 prefeitos mato-grossenses já tiveram seus registros cassados por compra de votos, incluindo "no pacote" de punição os vice-prefeitos eleitos. Por causa dessa reviravolta, em dois municípios (Cláudia e Ribeirão Cascalheira) vai haver nova eleição porque os cassados tiveram mais de 50% dos votos válidos. Vários processos tramitam nas comarcas com pedidos de cassação de eleitos, inclusive em cidades-pólos, como Rondonópolis, Cáceres, Diamantino e Primavera do Leste.
Os que foram para a berlinda são Faustino Dias Neto (DEM), reeleito em Santo Antonio de Leverger; Francisco de Assis dos Santos, o Diá (PT), de Ribeirão Cascalheira; Ronan Fiqueiredo Rocha (PMDB), de Poxoréu; e agora Vilmar Giachini (PMDB), de Cláudia.
Em Paranatinga, com menos de 15 mil eleitores, o ex-prefeito Vilson Pires (PRP), conseguiu reverter no TSE a cassação do seu registro. Com isso, vai poder tomar posse em 1º de janeiro. Já Faustino enfrenta em Leverger um embate jurídico complicado. Até agora não conseguiu garantir o direito de receber o diploma, passaporte para ser empossado com vistas ao segundo mandato. Como obteve 46,4% dos votos válidos (5.776 votos), apenas 18 a mais que sua única adversária nas urnas, a ex-prefeita Glorinha Garcia (PP), a cadeira vai ficar mesmo com a progressista.
O procurador do Estado, petista Diá, teve o registro cassado e ficou revoltado. Ele até comprou "briga" com o juiz eleitoral, a quem acusa de agir com parcialidade. Um eleitor que estaria atuando como voluntário na campanha de Diá foi flagrado em crime eleitoral. Ofereceu R$ 400 para cooptar votos. A oposição o denunciou. Diá tentou se explicar, alegando que, em verdade, esse "voluntário" seria cabo eleitoral do seu adversário Adário Carneiro (DEM). Não teve jeito. Está cassado.
Em Poxoréu, o prefeito eleito Ronan acabou "dançando" por causa do seu vice Osmar Resplandes (PR) que, junto com o prefeito Antônio Rodrigues da Silva (PMDB), prometeu R$ 1 mil para João da Mata Lara, desde que este votasse na chapa. O dinheiro seria para Lara ajudar a irmã na compra de medicamentos. Resplandes tentou cooptar os votos da família de Lara e levou junto para a berlinda toda a chapa majoritária. Como Ronan foi eleito com menos de 50% dos votos válidos - chegou a 49,9% (5.863 votos (49,9%), não haverá nova eleição. Assim, vai tomar posse a sua única adversária nas urnas, Jane Maria Sanchez (PP), que obteve 5.237 votos (44,7% dos válidos). Jane é esposa do ex-prefeito Lindbergue Nunes Rocha.
Em Cláudia, a "bomba" estourou no domingo, quando o juiz da 22ª Zona Eleitoral, João Manoel Pereira Guerra, cassou o registro de candidatura do prefeito eleito Vilmar Giachini (PMDB), o Vilmar da Matão, e também o seu vice Gilmar Spkolovski (PP). A exemplo de Ribeirão Cascalheira, Cláudia também terá nova eleição, considerando que a chapa Vilmar-Gilmar obteve 50,40% dos votos válidos.
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