Maggi nomeia menos votado à Defensoria-Geral
Contrariando o resultado da eleição, o governador Blairo Maggi decidiu nomear para o cargo de defensor-público-geral Djalma Sabo Mendes, que teve somente 33 votos da categoria, enquanto Karol Rotini conquistou 81 votos (71%). A nomeação sai publicada no Diário Oficial na segunda, 1º de dezembro. O novo corregedor-geral da Defensoria escolhido também não foi o mais votado. Será André Pietro.
O secretário-chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, se reuniu nesta sexta à noite com Djalma para informar-lhe da escolha pelo governador. Ele argumenta que Maggi usou a prerrogativa de nomear um nome da lista tríplice. Em verdade, acabou sendo enviado para o chefe do Executivo dois nomes, o de Karol, atual defensora-pública-geral, e o de Djalma. Novacki assegura que a exclusão de Karol não tem vinculação com as denúncias sobre supostos atos de improbidade administrativa que respingam sobre a atual gestão.
De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, o governador demorou para tomar decisão porque fez uma profunda avaliação sobre o funcionamento, na prática, da defensoria pública do Estado. Diz ter ouvido os advogados que compõem o quadro da Defensoria, promotores de Justiça, juízes e lideranças do interior. "Uma das coisas que aborreceram o governador foi o fato de muitos defensores que deveriam estar atuando no interior terem sido designados, por portaria, para trabalhar em Cuiabá e Várzea Grande", explica o interlocutor do Palácio Paiaguás.
Segundo Novacki, a intenção do governador em nomear Djalma Mendes e André Pietro para mandato de dois anos é de "oxigenar" a Defensoria, que tem a missão de prestar assessoria jurídica a famílias carentes. Diz que não pode transparecer que trata-se de uma eleição direta. "O Executivo vai estar próximo da Defensoria. O governo tem um respeito muito grande pela instituição", enfatiza Novacki, ao lembrar que em 2003, no primeiro ano da gestão Maggi, a Defensoria tinha um orçamento anual de R$ 3,5 milhões e, para o exercício de 2009, serão nada menos que R$ 40 milhões.
A decisão do governador de escolher os menos votados para conduzir a Defensoria, à véspera de viajar para os Estados Unidos, devem provocar polêmica. O assunto divide opiniões. Esta é a segunda vez que Maggi atropela a ordem da lista tríplice, dentro de sua prerrogativa de nomear membros dos Poderes e órgãos vinculados a partir do resultado das eleições internas dos Poderes e órgãos vinculados. A primeira foi Maria Helena Póvoas à cadeira de desembargadora do Tribunal de Justiça.
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