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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Sexta - 28 de Novembro de 2008 às 14:32

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O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) minimizou nesta sexta-feira o aumento de 3,8% na área desmatada da Amazônia entre os meses de agosto de 2007 e julho deste ano. Segundo o ministro, a expectativa era de um índice maior mensurado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), uma vez que havia uma curva crescente das áreas desmatadas nos meses considerados mais "críticos" para ações de desmatamento --maio, junho e julho.

"A expectativa era que [o índice de desmatamento] ia aumentar entre 30 e 40%. Foram tomadas uma série de medidas que levaram à queda em maio, junho e julho. Por isso, o Prodes [Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal] praticamente estabilizou, tendo o aumento de 3,8%. Qualquer aumento é ruim, só que a expectativa era de 30 a 40%", afirmou Minc.

Entre os fatores que contribuíram para evitar um aumento ainda maior no desmatamento da Amazônia, Minc destacou a resolução do Banco Central que bloqueia o crédito rural a produtores que tenham desmatado ilegalmente suas propriedades.

As ações de combate ao desmatamento nos 36 maiores municípios responsáveis pela degradação das terras da floresta, segundo Minc, também contribuíram para o pequeno aumento no índice --assim como decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que permitiu a venda de produtos obtidos por meio de ações criminosas ambientais.

Minc disse que a pequena elevação no índice também é conseqüência do alto preço das commodities registrado nos meses de maio a julho. "Eu não fico 100% convencido dessa explicação, mas é a melhor explicação que deram. O que houve foi realmente elevação acentuada do preço da carne e da soja", afirmou o ministro.

Segundo dados do Inpe, a área total desmatada entre agosto do ano passado e julho deste ano é de 11.968 quilômetros quadrados, contra 11.532 do período anterior --agosto é o último período da época de secas na região, fase em que há aumento de desmatamento.

A região com a maior área desmatada na região é o Estado do Pará, com 5.180 quilômetros quadrados --número que correspondente a quase 50% do total registrado em toda a região amazônica.

Metas

A expectativa do ministro em 2009 é de redução no índice anual de desmatamento, uma vez que o governo federal vai adotar política de "metas" para diminuir os crimes ambientais praticados na Amazônia.

"Estabelecer metas não era a política do governo, mas passou a ser. Isso será anunciado pelo presidente Lula no dia 1º de dezembro, no anúncio do primeiro Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Vão ser metas de redução progressiva, a cada quatro anos, que vão depender dos governos estaduais, do setor produtivo", disse.

Minc não quis adiantar as metas que serão anunciadas pelo presidente, mas ressaltou que o novo sistema poderá funcionar se houver cooperação entre todos os entes envolvidos na preservação ambiental.

"As metas serão alcançadas se o governo fizer sua parte, os governos estaduais ampliarem o controle de zoneamento, e o consumidor também exigir recibo do plano de manejo. É um esforço planetário, porque o desmatamento da Amazônia é grande contribuição para o aquecimento do planeta, que a gente quer reverter."





Fonte: Folha Online

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