Bancada do PR não quer Pagot na presidência

Deputados defendem que Sachetti continue à frente da sigla e reclamam de secretários; Maggi anuncia Conselho Político

A bancada do PR na Assembléia reagiu às investidas de Luiz Antonio Pagot, que está de olho no comando partidário da legenda e, em almoço com o governador Blairo Maggi, deixou claro que é contra a idéia de substituição do atual presidente estadual Moisés Sachetti. Do encontro no Palácio Paiaguás na terça participaram os deputados Mauro Savi, líder do Executivo na AL, João Malheiros, Wagner Ramos, Sebastião Rezende e Sérgio Ricardo, que preside o Legislativo mato-grossense.

Durante o almoço, Sérgio foi um dos que se posicionaram contra Pagot assumir a direção regional do recém-criado PR e que já se tornou a maior legenda do Estado com a eleição de 33 prefeitos, 17 vice e 228 vereadores. O deputado tem lá suas razões. Assim como Pagot, ele também pleiteia candidatura a governador. Por mais que a cúpula negue, a legenda já se mostra rachada por causa de briga por espaço visando as eleições gerais de 2010. Se Pagot virar presidente do partido, Sérgio será "engolido" ainda mais rápido pelo estilo trator do ex-secretário de Estado de Infra-Estrutura, Casa Civil e Educação e que hoje preside o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit).

O encontro acabou servindo para deputados e o governador republicano lavarem "roupa suja". João Malheiros, ex-secretário-chefe da Casa Civil, por exemplo, disse que não tem como a bancada continuar defendendo o governo porque a Casa Civil, hoje sob o major Eumar Novacki, não passa informações tidas como fundamentais. Presente no almoço, Novacki admitiu que, de fato, falta uma maior interação e prometeu melhorar a interlocução entre Executivo e Legislativo.

Os deputados do PR reclamaram da maioria dos secretários, principalmente de Geraldo de Vitto (Administração), Pedro Nadaf (Indústria, Comércio, Minas e Energia) e José Aparecido, o Cidinho, que conduz Projetos Estratégicos e o MT Regional, Vilceu Marchetti (Infra-Estrutura) e Diógenes Curado (Justiça e Segurança Pública. Disseram que quase todos ignoram as solicitações dos parlamentares, inclusive sobre informações acerca de ações desenvolvidas pela administração estadual.

Como alternativa, o governador anunciou que pretende criar um Conselho Político para debater assuntos variados. Ela já seguiu o exemplo do presidente Lula e instituiu o Conselho Administrativo, com envolvimento de todos os Poderes, lideranças políticas e empresariais e segmentos organizados. Agora, acredita que com o novo conselho possa contornar eventuais crises e conflitos.