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Politica Brasil
Quarta - 26 de Novembro de 2008 às 14:40
Por: Rubens de Souza

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Uma deliberação da direção nacional dos Democratas, em Brasília, na semana passada, pode ter “selado” dias de muitas dificuldades para o governador Blairo Maggi. Lá, o DEM firmou que o partido irá apoiar o governador José Serra, de São Paulo, para presidente da República, em 2010. Ficou também estabelecido que o partido, independente do apoio ao PSDB, irá forçar todas as condições para ter candidato próprio nos estados. Em Mato Grosso, o nome do DEM é o do senador Jaime Campos, que, diante disso, chamou os deputados estaduais democratas e os intimou: “Entreguem os cargos no Governo” como condição para seguir com o projeto político.

Ou seja: logo, no mais tardar até o começo do ano, o governador Blairo Maggi deverá receber o comunicado de que o DEM estará na oposição, ato que se consumará com a liberação dos cargos. Atualmente, o partido conta com aproximadamente 250 postos no Governo. A grande maioria dos cargos é de segundo e terceiros escalões, ligados a indicação dos deputados democratas. Integram a bancada do DEM: Gilmar Fabris, Wallace Guimarães, Dilceu Dal’Bosco e José Domingos Fraga Filho.

O partido tem também dois secretários: Neudo Egon Weirich, de Desenvolvimento Rural, e Vilceu Marchetti, de Infra-Estrutura. Contudo, podem acabar ficando no Governo. Os dois integram a chamada “cota pessoal” do governador Blairo Maggi. A escolha de integrar o projeto político do partido para 2010, com candidatura própria, dependerá exclusivamente deles. Dos dois, o que pode deixar o cargo para seguir as orientações do DEM é o secretário de Desenvolvimento Rural que tem pretensões políticas. Com base eleitoral em Canarana, Egon obteve na eleição passada 20 mil votos para deputado estadual.

Com o DEM fora do Governo, a bancada governista no Legislativo sofrerá uma dura queda, com menos quatro deputados. Tecnicamente, quatro, já que há uma incógnita: o deputado Fabris. Defensor canino dos Campos, ex-pregador de cartaz de Júlio Campos, acusado de cometer atrocidades políticas inestimáveis, Fabris nunca escondeu de ninguém que defende também o governador Blairo Maggi. Verdade que no começo do Governo, há seis anos, não era assim, mas ficou. Assim, Fabris pode ser uma “baixa” no projeto do DEM de sair para a banda oposicionista ou de distanciamento do Governo.

A postura de Fabris, contudo, não deverá alterar muito o rumo das votações pró-Governo. Hoje, a bancada mais importante no Legislativo é a dos chamados independentes, composta por Chico Galindo, do PTB; Campos Neto, Luizinho Magalhães e José Riva, do PP; Wagner Ramos, do PR; Otaviano Pivetta, do PDT; Chica Nunes, do PSDB, e Roberto França, sem partido; além de Percival Muniz, do PPS, em fase de reaproximação ao Governo. Essa bancada tem, sistematicamente, votado com o Governo – em que pese algumas rusgas nas discussões de matérias mais importantes.

Se o Governo Maggi passará a ter mais dificuldades para aprovar seus projetos nos dois últimos anos de administração, a posição do DEM acaba praticamente consolidando o quadro eleitoral para 2010. Mesmo com a possibilidade da abertura da “janela da infidelidade” para acomodar os políticos insatisfeitos, e até eventuais alterações nas regras do jogo, com uma tentativa de votar a reforma política no Congresso – ou mesmo “remendar” a atual Lei Eleitoral, é certo que democratas e tucanos estarão juntos. E mais: com o apoio do PMDB, cuja posição deve ser definida na eleição da Mesa Diretora do Senado Federal. O partido há anos controla a presidência do Senado migrando ano a ano entre as mais variadas correntes de poder, desde o Governo do então presidente Fernando Collor. Atualmente, o partido apoio o presidente Lula.

“O PMDB deve vir conosco. É só chamar” – admitiu Jaime Campos, recentemente, numa conversa com interlocutores saindo de Brasília a caminho de Cuiabá, ao falar sobre a composição política no Estado. O PMDB, leia-se o deputado federal Carlos Bezerra, que, também, há anos controla o partido com “mão de ferro”. Bezerra no PMDB e Jaime Campos no DEM são considerados os últimos caciques partidários de Mato Grosso. Democratas e peemedebistas também entendem que os eleitores do Estado já superou o trauma de 98 quando, então PFL, se juntou ao PMDB em apoio a Júlio Campos, perdendo uma eleição garantida para o então candidato a reeleição Dante de Oliveira, na época desgastado político e eleitoralmente.

Colaborou: Edilson Almeida





Fonte: 24 Horas News

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