Júlio Campos ignora lei e não presta contas da campanha
O ex-governador Júlio Campos, que antecipou sua aposentadoria como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, cuja missão é julgar balancetes dos gestores públicos, não fez a lição de casa da campanha eleitoral de Várzea Grande. Ele simplesmente ignorou a regra sobre prestação de contas. Dos três que concorreram a prefeito, Júlio foi o único que até ontem não havia declarado oficialmente junto ao Cartório Eleitoral quanto gastou em sua campanha, da qual saiu derrotado.
O chefe da 58º Zona Eleitoral de Vázea Grande, André Luíz Regis Emídio, afirma que o prefeito reeleito Murilo Domingos (PR) e o vice Nico Baracat, que disputou pelo PMDB, apresentaram os dados dentro do prazo legal, ou seja, até 4 de novembro. "Até agora apenas Murilo e Nico prestaram contas aqui. Júlio ainda não trouxe a sua documentação", assegura André.
Campos foi conselheiro do TCE por 5 anos. Resolveu se aposentar prematuramente no início deste ano, tudo para poder disputar à sucessão em Várzea Grande, onde iniciou sua trajetória política como prefeito na década de 1980. Era tido como favorito. Por fim, amargou a segunda colocação, com 33,7% dos votos válidos (45.688 votos). Já Murilo assegurou novo mandato com 53,4% dos válidos (72.519 votos).
Ernandy Maurício Baracat de Arruda, o Nico Baracat (PMDB), atual vice-prefeito, declara gastos de R$ 249,8 mil em sua campanha. O curioso é que ele arrecadou somente R$ 119,9 mil, ficando com déficit de R$ 129,9 mil.
A prestação de contas de Murilo tem 10 páginas. Conta que recebeu R$ 2,8 milhões de contribuição e "torrou" praticamente todo o dinheiro na campanha. Quase todas as doações foram de R$ 300, mas algumas se destacam, como a Destilaria de Álcool Libra, que desembolsou nada menos que R$ 1,1 milhão. A segunda colocada no ranking das que mais investiram na reeleição do republicano foi a empresa da própria família, a Irmãos Domingos Lltda, que doou R$ 861,2 mil.
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