Sucessão: Wilson Santos critica Maggi e discursa como candidato

O prefeito reeleito Wilson Santos (PSDB) voltou a negar que tenha interesse em disputar a sucessão do governador Blairo Maggi (PR), mas, quando é provocado a discorrer sobre o assunto, o tucano assume o perfil de candidato em potencial ao Governo de Mato Grosso, nas eleições marcadas para 2010.

Durante entrevista ao programa “Ponto de Vista”, da TV Rondon, no domingo (16) à noite, o tucano garantiu a presença do seu partido nas eleições majoritárias, fez duras críticas à atual gestão republicana e enumerou as realizações do Governo do PSDB (1995-2002). Na prática, discursou como candidato, embora tenha reafirmado que sua intenção seja a de cumprir o segundo mandato, que começa em janeiro de 2009 e vai até 2012.

De qualquer forma, Wilson Santos ainda não se livrou do discurso político-eleitoral. No final de semana, durante a inauguração de um centro comunitário, no bairro Alto Boa Vista, na periferia de Cuiabá, o prefeito encerrou seu discurso com um significativo (e enigmático) “até a vitória”. Depois, tentou se recompor, alegando que ainda estava com as recentes eleições municipais “na cabeça”.

“O PSDB vai ter, sim, candidato próprio a governador. Mas, muito mais do que nomes, o importante é ter um projeto de Governo”, disse Wilson, durante a entrevista.

Ele reassume, nesta segunda-feira (17), a presidência do diretório regional do partido. Para o prefeito, o resultado das recentes eleições municipais desenha um novo quadro político-partidário, no qual o PSDB sai fortalecido não apenas pela vitória em Cuiabá, mas também pela eleição de aliados em municípios estratégicos. Um dos exemplos, segundo ele, é Rondonópolis, onde o PMDB elegeu o deputado José Carlos do Pátio e lançou Marília Salles, mulher do ex-governador Rogério Salles (PSDB).

Independentemente de nomes, no entanto, Wilson Santos observou que seu partido tem um histórico de realizações que o credencia a buscar a retomada do Poder. Lembrou que, sob Dante de Oliveira, o Estado promoveu uma série de transformações estruturais, citando como exemplos o equacionamento da questão energética – como a implantação de uma nova atriz energética, no caso, o gás – e vinda da ferrovia. Neste último caso, o prefeito culpou o Governo Maggi pelo atraso nas obras, assinalando que “os trilhos estão no mesmo lugar (na cidade de Alto Araguaia, no Sul do Estado) que Dante de Oliveira os deixou”.

Wilson fez um paralelo entre as gestões do PSDB e a do PR, hoje, sob Blairo Maggi. Para ele, enquanto o tucanato transformou Mato Grosso em “bicampeão do crescimento”, os republicanos relegaram o Estado a uma situação de atraso, com a adoção de “assistencialismo barato”, “política de incentivos fiscais sem transparência” e “sem foco nas prioridades”.

Sempre insistindo na tese de que é candidato a cumprir o segundo mandato até o fim – o que, segundo os analistas, não convence, até porque a reeleição o coloca com o maior líder do PSDB no Estado -, Wilson Santos diz que nomes não faltam para o seu partido construir um projeto político-partidário para 2010. Entre os credenciados, ele cita a deputada federal Thelma de Oliveira, o ex-senador Antero Paes de Barros, o ex-secretário Carlos Avalone, o deputado estadual Guilherme Maluf e o ex-governador Rogério Salles.