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Agronegócios
Sexta - 14 de Novembro de 2008 às 14:48

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A soja está plantada e agora é hora de partir para uma nova etapa do planejamento da safra: os cuidados com a ferrugem asiática, doença que pode comprometer a produtividade das lavouras em mais de 80%.

Para a atual safra (08/09), especialistas na cultura prevêem a chegada antecipada da doença devido ao clima, que estará favorável à propagação dos esporos, como também devido à grande quantidade de soja tigüera (plantas voluntárias que germinaram a partir de grãos perdidos na colheita e que vegetaram espontaneamente até o inicio desta safra), que é uma importante fonte de inóculo do fungo da ferrugem.

Por esses fatores, a pressão da ferrugem deve ser maior do que na safra passada e os produtores devem estar preparados para evitar uma epidemia da doença. "Nas duas últimas safras, não ocorreu o problema da soja tigüera e o clima foi um pouco mais seco. Outro ponto que poderá ser favorável ao aparecimento antecipado é a forte presença da doença nas lavouras bolivianas, que poderão ser trazidas pelo vento para as lavouras do Mato Grosso", explica o fitopatologista do Programa Consultoria Agrícola, Tiago Vieira Camargo.

Além disso, a diminuição do uso de fertilizante previsto para esta safra, principalmente o potássio (K), poderá deixar a soja menos nutrida e mais suscetível ao ataque da doença. "Sempre que uma doença tem sua chegada antecipada, principalmente uma que se dissemina pelo vento e recobre uma grande área plantada, é possível que haja uma alta incidência e severidade durante a safra, causando assim perdas significativas ao produtor e à sojicultura brasileira", destaca o pesquisador Marcos Massamitsu Iamamoto.

Os especialistas alertam sobre a importância de capacitar suas equipes de campo para o monitoramento da doença. "O ponto-chave para esta safra, no que se refere ao controle da ferrugem da soja, é capacitar seus profissionais para que eles possam detectar e indicar o melhor momento para a aplicação de fungicidas. Além disso, deve ser respeitado o período residual de cada produto, em função da pressão da doença (é uma decisão muito técnica) e que pode ser o limite entre o sucesso ou a perda de produtividade durante a safra", ressalta Camargo.

Este é o modo mais econômico de controlar a doença, ainda mais agora com a detecção de populações menos sensíveis a fungicidas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. "Atualmente, o produtor tem à disposição produtos eficientes para o manejo da ferrugem da soja, como os que possuem estrobilurina mais triazol, que apresentam excelente desempenho, desde que seja seguida a recomendação correta de utilização dos produtos", explica Iamamoto.





Fonte: Só Notícias/Agronotícias

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