Prefeito e vice eleitos de Poxoréu já têm registros cassados
Com apenas 25 dias de eleito e prestes a ser diplomado, o peemedebista Ronan Figueiredo Rocha e o seu vice Osmar Resplandes de Carvalho (PR) já perderam o direito de comandar Poxoréu (a 290 km de Cuiabá). Ele teve o registro cassado por crime eleitoral. A decisão saiu nesta quinta no início da noite, em sentença prolatada pela juíza eleitoral Aline Luciane Ribeiro Viana Quinto.
A magistrada deferiu pedido em uma representação do Ministério Público, que levantou provas sobre compra de votos contra a coligação do prefeito eleito. Se não conseguir derrubar a decisão no embate jurídico que passa a enfrentar nos tribunais, quem tomará posse como prefeita em 1º de janeiro será Jane Maria Sanchez Lopes (PP), única adversária de Ronan nas urnas. O peemedebista foi eleito com pequena diferença. Teve 5.863 votos (49,9%). Jane obteve 5.237 (44,7%). Jane é esposa do ex-prefeito Lindbergue Nunes Rocha.
Além de cassar os registros de Ronan e de Osmar, prefeito e vice eleitos, a juíza ainda aplica multa de 5 mil Ufirs. A denúncia que resultou na cassação de Ronan foi feita anonimamente. O vice eleito Osmar, junto com outras pessoas, foi, em 14 de setembro, à residência de do eleitor João da Mata Lara, a quem perguntou se estava precisando de alguma coisa. João, então, revelou que estava em dificuldades financeiras e que tinha um débito de R$ 1 mil decorrente de doença de sua irmã.
Diante disso, conforme a denúncia, o então candidato Osmar teria dito que conseguiria a quantia mencionada pelo eleitor, desde que toda a sua família votasse no candidato a prefeito Ronan. Osmar disse ainda que precisaria apenas consultar o atual prefeito, Antonio Rodrigues da Silva (PMDB).
O eleitor João da Mata foi procurado em seu trabalho pelo candidato Osmar e pelo prefeito Antonio para reforçar se liberaria o dinheiro em troca de voto de toda a família, mas em 6 de outubro, um dia após as eleições. A proposta não teria sido aceita nessas condições. Após o recebimento da denúncia anônima no Cartório Eleitoral da 5ª Zona, a juíza determinou a intimação do eleitor a quem teria sido oferecido o valor e este confirmou oficialmente a tentativa de compra de voto, inclusive na presença de membros do MPE.
Tolerância
"Questiono até quando nosso país enxergará com olhos de tolerância essa espécie de ilícito. O que me parece é que, infelizmente, a maior parte dos cidadãos não vislumbra, nesse tipo de crime e ilícito eleitoral, prejuízo à verdadeira escolha do candidato pelo eleitor e, o que é pior, muitas vezes passa a ver aquele candidato corrupto como uma pessoa de bom coração e imensa benevolência, que ajuda as pessoas com cestas básicas e outras regalias", escreve a juíza, em sua decisão.
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