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Economia
Quinta - 30 de Outubro de 2008 às 10:22

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A Moody's, a única entre as três principais agências de avaliação de risco que não concedeu o grau de investimento ao Brasil, congelou a decisão sobre os "ratings" na América Latina em meio à crise. A agência afirma que, a curto prazo, é improvável que o Brasil receba o seu terceiro selo de bom pagador.

Na conferência anual da Moody's realizada ontem em São Paulo, o analista sênior de risco soberano Mauro Leos afirmou que o Brasil ainda não recebeu o selo porque teria sido um engano avaliar o país em um momento excepcional, com alta no preço das commodities e ótima liquidez. Agora, diz ele, é preciso observar o comportamento do país durante a crise.

Leos afirma que a agência fará apenas mudanças pontuais nos seus "ratings". A Moody's rebaixou a Islândia e o Paquistão, mas diz "estar confortável" com as notas atuais dos países latino-americanos.

Para a Moody's, apesar dos fundamentos sólidos, o Brasil não está imune à crise. A agência diz que o mercado de capitais ficará fechado por até 18 meses e que as empresas que precisam refinanciar dívidas sofrerão com falta de liquidez.

A estimativa da Moody's é que 60% das empresas brasileiras classificadas pela agência têm risco médio ou baixo de refinanciar dívidas. De acordo com a agência, a falta de liquidez pode obrigar cerca de 65% dos emissores classificados no Brasil a reduzir investimentos.

Maria Celina Vansetti-Hutchins, responsável pela avaliação de bancos na América Latina, diz que as instituições brasileiras têm condições de absorver choques. Entretanto, a falta de liquidez deve provocar achatamento no tamanho dos bancos brasileiros, diz ela.

Hutchins diz que o BC brasileiro pode ampliar as medidas para injetar liquidez. "Comparados à amplitude das medidas no resto do mundo, estamos no jardim-de-infância. Essas medidas [como a flexibilização de compulsórios bancários e o fornecimento de recursos em dólar e em real] foram importantes, mas não foram totalmente exauridas. Se houver necessidade, acho que a gente poderá contar com mais."





Fonte: Folha de S.Paulo

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