Da tribuna, Roberto França critica governo Maggi
O desabastecimento de gás na Capital voltou a ser foco das discussões da Assembléia Legislativa de Mato Grosso na sessão plenária desta quarta-feira (29). Contudo, desta vez, com críticas mais severas ao Governo do Estado, que na última sexta-feira, véspera da eleição do segundo turno da Capital, chegou a anunciar por meio de nota que o problema estava resolvido.
O deputado estadual Roberto França (sem partido) acusou o governo do estado de publicar a nota de forma eleitoreira, na tentativa de “emplacar” a candidatura do empresário Mauro Mendes (PR), o que acabou não ocorrendo. “A população não é boba e a farsa foi descarada. O resultado veio nas urnas”, criticou.
Segundo França, a nota divulgada por meio da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) ridicularizou o governo estadual. “Fazer a propaganda e ainda colocar uma nota como essa que é paga pela própria população foi uma verdadeira mancada. O governo caiu no ridículo e agora não quer assumir a culpa”, disparou o parlamentar, cobrando, no mínimo, uma outra nota de retratação por parte da Secom, na qual ela assume ter divulgação a manutenção do abastecimento do gás antes mesmo de ter sido firmado o contrato entre a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Empresa Pantanal Energia (EPE).
O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, também foi alvo de críticas do parlamentar. Segundo França, Nadaf tem se recusado a conceder entrevistas para falar sobre o assunto, inclusive ao seu programa Resumo do Dia. “Agora o Nadaf só fala com quem ele quer. Deveria ter pensado melhor antes de fazer o governo passar por esse constrangimento, agora precisa mandar uma outra nota pedindo desculpa a sociedade”, atacou.
Mesmo pertencendo à base aliada do governo Blairo Maggi, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR), também cobrou esclarecimento por parte do governo para a população. “Queremos que o governo venha explicar”, declarou.
O desabastecimento de gás natural veicular (GNV), que completa quase um mês em Cuiabá, afeta principalmente os taxistas. Dos 790 taxis que rodam na Grande Cuiabá, cerca de 350 utilizam o gás. De acordo com sindicato da categoria, o prejuízo já é de 40%.
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