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Politica Brasil
Sábado - 18 de Outubro de 2008 às 13:38

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O empresário e deputado Eduardo Moura (PPS), que legisla hoje em Brasília em substituição ao titular Homero Pereira (PR), já foi instigado nesta sexta, horas após a revista Época disponibilizar em seu site gravações sobre negociatas, envolvendo o próprio Homero. Aliados sugeriram que Moura se articulasse no sentido de levar a Câmara Federal a acionar o republicano na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. No fundo, assessores do suplente querem a cassação do titular para, assim, Moura se efetivar na cadeira de federal.

Na edição feita a partir de quatro vídeos sobre etapas da suposta compra, com R$ 400 mil, de candidados não-eleitos para apoiar Mauro Mendes a prefeito de Cuiabá, Homero Pereira aparece na gravação. Ele participa de uma das reuniões. Num determinado momento, o deputado entra na conversa para dizer que pagaria R$ 20 mil do próprio bolso para ajudar no fechamento do negócio. "Eu vou pagar a diferença", afirma.

O curioso é que, numa espécie de medida preventiva para evitar acusação de negociações financeiras contrárias à lei, o candidato Mauro Mendes elaborou uma declaração padronizada e pediu que todos os candidatos proporcionais e cabos eleitorais de sua coligação assinassem-no. O documento traz os seguintes termos: "Eu ... com CPF..., declaro para todos os fins de direito que a pessoa física Eleições-2008, Mauro Mendes - prefeito, CNPJ... não me autoriza a proceder nenhuma contratação de pessoal ou a distribuição de qualquer vantagem pecuniária que possa trazer benefício como eleitor, em seu nome, ou em nome da coligação Compromisso com Cuiabá ou do Partido da República - Cuiabá (data e assinatura da pessoa)".

Pelas imagens apresentadas na gravação, Homero não deve ter assinado a tal declaração elaborada pelo candidato republicano. O parlamentar integra a bancada ruralista na Câmara. Ele foi presidente da Federação da Agricultura do Estado (Famato). Na década de 1980, concorreu a deputado estadual, ficou como suplente e ocupou cadeira na Assembléia por alguns meses. Isso o assegurou direito a aposentadoria pelo extinto FAP.

Sob o governo Blairo Maggi, Homero comandou a secretaria de Desenvolvimento Rural. Nas urnas de 2006, ele concorreu pelo PPS e se elegeu federal com 100.114 votos, a segunda maior votação entre os 8 representantes de Mato Grosso na Câmara. Só perdeu para o petista Carlos Abicalil (128.851 votos). Da coligação de Homero saiu eleito também o ex-vereador por Cuiabá e defensor público Valtenir Pereira (PSB), que ficou em quarto lugar na disputa à Prefeitura de Cuiabá no pleito do último dia 5. Com 436 votos a menos, Eduardo Moura saiu do pleito de 2006 como primeiro-suplente. Em julho deste ano, numa articulação com aval do governador Maggi, Homero se afastou do cargo por 121 dias. Com isso, abriu espaço para Moura estrear na cadeira de deputado. Agora, nos bastidores, Moura torce para o escândalo das gravações tirar o mandato de Homero, o que o tornaria efetivo na vaga.





Fonte: RD News

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