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Economia
Quinta - 16 de Outubro de 2008 às 10:37
Por: Marcos Coutinho

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O governador Blairo Maggi deverá se reunir na próxima terça-feira com os ministros Reynolds Stepnahes (Agricultura e Abastecimento) e Carlos Minc (Meio Ambiente) com objetivo de discutir medidas emergenciais para evitar um colapso no setor do agronegócio, que pode ser duramente atingido pelos efeitos da crise financeira mundial.

Na pauta, Maggi e o deputado federal Homero Pereira (PR) devem encaminhar alguns pleitos que consideram fundamentais para evitar que o crash bata à porta do setor agrícola mato-grossense, cuja dependência dos financiamentos das tradings é histórico por conta da economia de escala da produção estadual.

Segundo dados da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato), entre 70% e 80% dos produtores do Estado dependem de captações junto às tradings, que terão sérias dificuldades para obter crédito no mercado internacional por conta da falta de liquidez mundial gerada pela instabilidade e até quebradeira nos sistemas bancário e financeiro dos Estados Unidos e Europa.

As principais reinvindicações serão um pedido de carência para o pagamento da dívida já renegociada (o prazo para quitação de uma parcela da dívida vence hoje), liberação de crédito para suprir a falta de financiamento das tradings e flexilização na metodologia de captação e análise de risco do Banco do Brasil, maior financiador da safra brasileira.

Análise feita por Maggi e Pereira para o Olhar revela que 30% dos produtores de Mato Grosso estão numa situação crítica porque já vinham acumulando perdas em transações futuras de soja, principal produto da pauta de Mato Grosso, desde a safra passada.

"E sem a injeção de recursos com juros baixos por parte do governo federal, esse percentual de produtores em situação crítica tende a aumentar de forma significativa, porque se as tradings deixarem de financiar os produtores, do médio para baixo, o setor ficará numa situação mais delicada ainda", pondera Homero Pereira, em entrevista exclusiva para o Olhar Direto.

Lembra ainda o líder ruralista que a Mato Grosso é o Estado com maior endividamento agrícola do país e os produtores já vinham com problemas históricos que foram potencializados com a crise. E sem uma atuação forte do governo federal, ressalta, o Brasil não ficará imune à crise e sofrerá mais para garantir a segurança alimentar e o superávit na balança comercial.

"Acho que a União tem que usar, agora, todos os mecanismos possíveis para evitar que os reflexos da crise sejam mais potencializados ainda. Não pode faltar crédito e nem pulso fraco por parte do governo, que precisa combater a especulação e garantir que os recursos disponibilizados para os bancos (via flexibilização da retenção compulsória) chegue na ponta da produção agrícola, industrial e comercial", enfatiza.





Fonte: Olhar Direto

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