‘Recuperado’, Júlio Campos já pensa em 2010

Candidato derrotado à prefeitura de Várzea Grande, Júlio Campos (DEM) avalia a possibilidade de assumir a presidência do diretório regional do partido. Após perder o pleito municipal para o atual prefeito reeleito Murilo Domingos (PR), o democrata não descarta a chance de disputar um novo mandato cargo eletivo nas eleições de 2010. Ainda em fase de adaptação ao período pós-eleitoral, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) se diz surpreso com o resultado do pleito no município e não dispensa a oportunidade de colocar em dúvida a lisura da disputa na cidade.

Júlio acusa Murilo e o governador Blairo Maggi (PR) de abuso do poder econômico e uso da máquina pública, além de criticar a postura da Justiça Eleitoral que, para ele, não tomou as devidas providências sobre o quadro de disputa conferido no município. “Estamos ainda avaliando o processo eleitoral em Várzea Grande e acho que esse pleito foi uma surpresa. Até as pesquisas eleitorais deram resultados bem diferentes do que vimos no dia da eleição. Então, é muito estranho. Vamos lançar uma nota oficial para nos pronunciar sobre o pleito. Acho que a situação aqui foi dramática, porque houve abuso do poder econômico e da máquina pública, e apesar de reclamarmos, Justiça Eleitoral não tomou providências”, disse.

O ex-conselheiro do TCE admitiu a possibilidade de assumir a presidência da sigla em Mato Grosso. No entanto, reiterou que prefere no momento se dedicar aos compromissos familiares e aos afazeres ligados às empresas que possui. “Recebi esse convite, mas ainda estou analisando, até porque acho que não é o momento. O Oscar vem desempenhando um excelente trabalho à frente do partido e vamos avaliar. Por enquanto, tenho ficado mais por conta dos trabalhos nas empresas e também estamos cumprindo e ainda honrando compromissos de campanha”, ponderou.

No entanto, o presidente da legenda no Estado, Oscar Ribeiro (DEM), afirmou que o estatuto do Democratas assegura ao ex-conselheiro do TCE o direito de tomar posse como novo presidente do partido “a qualquer momento”. “O Júlio Campos foi presidente do partido, quando ainda era PFL, em 1989. O estatuto diz que os ex-presidentes são membros natos do diretório, então basta o Júlio aceitar o convite e poderá assumir a presidência da sigla”, explicou.

Oscar demonstrou otimismo com a possibilidade de Júlio ocupar o posto de líder da legenda no Estado. “Já estou há quase cinco anos no comando do partido e os outros presidentes ficam em média três anos. Acho que já dei minha parcela de colaboração à frente do partido e que essa função deve ser agora repassada para outra pessoa, que na minha opinião é o Júlio Campos”, enfatizou.

Júlio ressaltou ainda que as eleições de 2010 serão num segundo momento. Admitiu também que tem recebido muito incentivo de militantes do DEM para disponibilizar seu nome para o pleito geral. “Tenho recebido muitas ligações de pessoas ligadas ao partido que acham que devo disputar cargos como deputado federal ou até senador. Mas esse não é o momento. Vamos pensar bastante antes de tomar qualquer decisão. Ainda temos que medir esse resultado para depois pensar no futuro”, ponderou.