Justiça manda suspender pesquisa eleitoral por suspeita em Cáceres

O juiz eleitoral Geraldo Fidélis Neto, determinou nesta terça-feira, a suspensão da divulgação da pesquisa realizada pelo Instituto Gazeta-Dados, de Cuiabá, sobre as eleições para prefeito e vereador em Cáceres, região Sudoeste de Mato Grosso. Motivo: suspeita de falhas na aferição dos resultados, que acabaram por favorecer o candidato Túlio Fontes, da coligação DEM-PSDB-PT, em detrimento do atual prefeito, Ricardo Henry, da coligação "Pacto pelo Progresso".

A suspensão da divulgação de uma pesquisa eleitoral é considerada fato inédito em Mato Grosso. Desde que os levantamentos por amostragem das intenções de votos passaram a se constituir em peça de marketing eleitoral não há registro de que a Justiça tenha determinado investigação dos dados. O magistrado eleitoral deu um prazo de 24 horas para que o instituto deposite em Juízo todas as fichas de entrevistas utilizadas no levantamento.

Ao tomar a decisão, o juiz Geraldo Fidélis considerou que as informações analisadas indicam que os dados do Distrito do Caramujo, zona rural de Cáceres e um dos mais importantes do município, "foram inseridos no cômputo geral da pesquisa, tornando desproporcional a aferição final dos resultados". Fidélis observou, liminarmente, que o resultado "revela desequilíbrio no plano amostral".

O juiz considerou procedente a observação quanto ao fato de dois candidatos a vereador aparecem empatados com 6,25% no distrito, fazendo com que tivessem votação superior a 3.500 votos, considerado "exagerado" para os parâmetros do município. Além disso, um fato ficou constatado: a irreal existência da Rua Tiradentes, nº 732, no Assentamento Sapiquá, em que o instituto aponta 3.410 eleitores.

Em Cáceres, a última pesquisa sobre intenção de votos foi realizada pelo Ibope, entre os dias 11 e 13 de setembro. Nela, o prefeito Ricardo Henry aparece na frente. De acordo com o Ibope, Ricardo tem 37% contra 36% de Túlio e 3% de Beto da São Lucas, do PSC. Os indecisos somam 21% e os que declararam que vão votar em branco ou anular o voto totalizam 2%. Não respondeu 1%.