Movimento sugere medidas "anti-caixa 2" nas eleições

A menos de vinte dias do primeiro turno nas eleições de 2008 começa a preocupação de partidos políticos, coligações e candidatos com a prestação de contas a ser apresentada à Justiça Eleitoral.

De acordo com o MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) há graves rumores de que começam ser preparados documentos de toda a ordem para fraudar a prestação de contas nas eleições deste ano.

Para o coordenador do MCCE em Mato Grosso, Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, "as exigências dessas eleições, principalmente a partir da lei 11.300 de 2006, são novidades para muitos. Assim, fica mais fácil sonegar do que declarar os gastos à Justiça", denuncia o ativista, dizendo que são muitos os métodos para burlar a lei.

Para evitar as fantasiosas prestação de contas, o MCCE pediu ao Procurador de Justiça que convoque os promotores eleitorais encarregados de oferecer pareceres nas prestações de contas a permanecer de vigília. Segundo Ceará, a sonegação de informações se dará principalmente em relação aos gastos com combustíveis, cabos eleitorais, pesquisas de opinião e fogos de artifício.

Assim, foi sugerido que o Ministério Público encarregado do exame da prestação de contas requisite já das empresas privadas a lista dos clientes que adquiriram fogos de artifício, contrataram pesquisas eleitorais, tudo a partir de julho deste ano. "Isso não atrapalha a rotina de campanha dos candidatos, e os dados serão comparados aos números declarados por eles na prestação de contas à Justiça", justifica Ceará. O MCCE pediu também que sejam realizadas diligencias para identificar os chamados cabos eleitorais que estão em serviço, comparando, depois, com o respectivo contrato e comprovantes de despesas, na prestação de contas final.

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral vem realizado reuniões diárias em diversas escolas na baixada cuiabana, discutindo com alunos e professores o tema da corrupção e da compra de votos. A idéia é fazer um alerta sobre o mal causado pela corrupção, ao mesmo tempo em que se debatem formas de combater a corrupção eleitoral.

Hoje, 17 de setembro, a palestra será na Paróquia Cristo Rei, em Várzea Grande, para uma platéia de membros das pastorais sociais, e começa às sete horas da noite. No dia 26 de setembro o MCCE participa da Semana Jurídica da Faculdade de Direito da Unemat, campus de Cáceres, na região oeste do Estado. O tema será "Corrupção Eleitoral, Causa e Conseqüências". Antes, no dia 22/09, em Cuiabá, o MCCE participa do lançamento da campanha Eleições Limpas, com a palestra do Juiz Auxiliar da Presidência do TSE, Dr. Marlon Reis, e do presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) Dr. Mozart Valadares, as 20:00 na OAB. O evento é uma iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional MT e do MCCE-MT com o apoio imprescindível da AMAM (Associação Mato-grossense dos Magistrados).