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Economia
Sexta - 05 de Setembro de 2008 às 12:43

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A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos 12 meses registrou em agosto a primeira queda do ano. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de setembro do ano passado a agosto deste ano, a taxa acumula alta de 6,17%, abaixo dos 6,37% identificados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Apesar da desaceleração, a coordenadora do IPCA, Eulina dos Santos, acha que ainda é prematuro avaliar que tal tendência será mantida daqui para frente. A economista disse que apesar de o preço dos alimentos, principal item de influência na inflação, estarem em queda há dois meses, ainda não há um fator determinante para a manutenção desse cenário.

"Houve uma queda generalizada, em função das commodities agrícolas no mercado internacional. Houve boas notícias que influenciaram a queda, como a informação de que não haverá problemas climáticos nos Estados Unidos. Não dá para garantir que essa queda será contínua", afirmou.

Eulina ressaltou que, apesar de os preços dos alimentos estarem em queda, o consumidor ainda não sente esses efeitos no bolso. A forte alta verificada no primeiro semestre ainda não foi recuperada, ou seja, os alimentos estão em patamar mais elevado.

"Os alimentos estão menos caros. O consumidor continua pagando mais caro por produtos importantes, como a carne", observou a economista.

Em agosto, os produtos alimentícios tiveram deflação de 0,18%. Foi a primeira variação negativa desde junho de 2006, quando a queda chegara a 0,61%. No ano, os alimentos acumulam alta de 9,58%, acima dos 6,73% constatados de janeiro a agosto de 2007. Nos últimos 12 meses, a alta chega a 13,74%, abaixo dos 15,54% verificados nos 12 meses terminados em julho.

Alguns produtos que vinham em alta no ano caíram em agosto, como o pão francês (-0,11%), o arroz (-1,59%) e o feijão preto (-1,96%). No acumulado do ano, no entanto, tem alta expressiva. O pão francês aumentou 20,69%; o arroz subiu 35,31%, e o feijão preto tem inflação de 62,97%, de janeiro a agosto.

Ao mesmo tempo, produtos como o frango (3,61%) e as carnes (0,56%) tiveram alta em agosto, ainda que em menor intensidade. No acumulado do ano, as carnes subiram 15,58% e o frango tem inflação de 5,92%.

Os custos de produtos não-alimentícios foram influenciados pela alta de itens ligados à habitação, que no geral aumentou 0,77% e à educação, cuja alta ficou em 0,42%. No caso da habitação, a influência principal veio de reajustes na telefonia, de água e esgoto e de energia elétrica. Já em relação à educação, pesaram os aumentos em cursos de idioma.

Nas regiões pesquisadas, houve queda de 0,22% na inflação verificada em Curitiba. A maior alta foi observada em Belém (0,79%), que acumula também a maior alta no ano (6,01%). No Rio de Janeiro, a inflação em agosto chegou a 0,45% (4,36% no ano); em São Paulo, houve elevação de 0,37%, com acúmulo de 4,47% de janeiro a agosto.

IPCA no mês

O IPCA desacelerou para 0,28% em agosto. Em julho, o índice já havia registrado retração, ficando em 0,53%, ante 0,74% no mês anterior. Trata-se da menor taxa desde setembro de 2007 (0,18%). A principal causa apontada pelo IBGE foi a queda dos preços dos alimentos, que tiveram variação negativa de 0,18%%, ante alta de 1,05% verificada em julho. No ano, a inflação acumula alta de 4,48% --no mesmo período em 2007, havia crescido 2,80%.

O IPCA é o índice de preços utilizado pelo governo para o regime de metas de inflação, estipulado pelo Banco Central. A meta para este ano e o próximo é 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais.





Fonte: Folha Online

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