Projeto vai ajudar estudantes na escolha profissional
As escolas públicas e privadas integrantes do Sistema Estadual de Educação deverão prestar orientação profissional aos alunos do Ensino Médio. A proposta está prevista no projeto de lei do deputado José Riva (PP). “A orientação vocacional certamente contribuirá para a formação de melhores profissionais, bem como para reduzir a evasão que se observa hoje no ensino superior”, defende o deputado.
Essa orientação terá caráter extracurricular e será implementada de acordo com a participação facultativa do aluno; associação de técnicas instrumentais que identifiquem valores, interesse e habilidade do aluno e que o instruam sobre a dinâmica do mercado de trabalho e sobre as possibilidades de formação e qualificação profissional.
“Não há em nosso país uma cultura de avaliação de interesses e potencialidades profissionais das pessoas que ingressam no mercado de trabalho. E não se verifica o desenvolvimento, por parte de instituições públicas e privadas, de um trabalho acurado de preparação dos jovens para a escolha profissional consciente”, justifica o parlamentar.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 85% dos adolescentes no Brasil abandonam o primeiro curso universitário que escolhem por não se identificarem com a opção feita. Para a adolescente Gilmara Rocha, 17, as expectativas são grandes em relação a faculdade. Ela conta que a ansiedade é tanta que não pesquisou sobre qual a sua vocação profissional. “O que mais quero é passar no vestibular. Espero gostar do curso, vou escolher Arquitetura, Odontologia ou Publicidade”, afirmou.
Segundo a professora Mariene Cardoso, titular da disciplina de Orientação Profissional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), na Argentina, cerca de 97% dos adolescentes que chegam à faculdade passaram por um trabalho de orientação profissional. No Brasil, esse número não chega a 2%. Fato que aumenta o número de estudantes que não sabem identificar a própria vocação profissional.
“Nem a sociedade brasileira nem as instâncias governamentais atentaram para a importância da orientação ao jovem. O reflexo dessa omissão pode ser aferido nos prejuízos financeiros resultantes de uma formação profissional errada, além das conseqüências psicológicas para o indivíduo”, finalizou.
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